quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal...

É, mais um Natal aí...e logo mais uma virada de ano.
Nas casas, todos preparam sua ceia. As casas decoradas, as árvores montadas com luzinhas piscando. As lojas, com suas decorações fantáticas, levam qualquer adulto para um mundo de fantasia; cheio de sonhos, desejos e vontade de renovar.
Mas, quantas são as pesoas que não estão nesse mundo mágico. Que vivem abandonadas ou estão depositadas em hospitais, asilos e outros ambientes onde reina a solidão, a dor e o sofrimento.
Há poucos dias fui levar o "Papai Noel" de uma cartinha que havia selecionado em uma rede de supermercado. Todos os anos, eles expõem cartinhas de crianças que estão internadas num hospital próximo a minha casa. Chegando lá, ainda restavam algumas cartinhas que não haviam sido adotadas. pensei em suas carinhas tristes ao verem outras crianças recebendo o tão sonhado presente e ela...mais uma vez, havia sido abandonada. Seus sonhos, talvez, quebrados.
Não sei se é o mundo, mas Porto Alegre anda muito triste.
As ruas estão abandonadas, assim como as crinaças, velhos e jovens. As drogas acabam sendo seu único apoio; contra a fome e a solidão.
Isso é culpa de quem? Dos governantes? Dos cidadãos? Da educação, ou sua falta?
Acho que descobri o que quero de presente de Natal: Iluminação, para mim e para todas as pessoas do mundo.
Que as luzes das árvores não iluminem apenas as casas ou as ruas, mas o coração de cada um de nós. Que o particular, o indivíduo, dê lugar ao coletivo e que cada um possa se doar um poquinho mais ao outro..cada um dentro de suas possibilidades.


Um Feliz Natal a todos aqueles que acreditam e que tentam, de grão em grão, fazer um futuro um pouco mais doce.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Memórias

Entrei novamente naquele ambiente. Lá, onde pela primeira vez, nos encontramos.
De cara, olhei para o canto onde estivemos. Me deu uma tristeza. Não sei o real sentido desse sentimento...mas ele permaneceu marcante durante todo o tempo em que estive ali. Olhava para todos os recantos do recinto, procurando tua presença, sem saber exatamente se queria achar, ou não.
Me causa estranhamento tudo isso. Tantas vezes por ali passei antes de nosso encontro. Tantas outras pessoas... Por que será que apenas as tuas memórias permanceram de forma tão cruel, a machucar meu peito e a estremesser minha alma?
Sai de lá sem olhar pra trás, diferentemente da última vez, em que olhava procurando teu rosto e dando um beijo de "adeus"...ou "até logo".
Fui contra meus próprios princípios, decretados nem lembro quando...mas hoje volto a tê-los em minha mente e espero, jamais ousar quebrá-lo novamente: "o que acontece ali, permanece ali". Pois aquele é um lugar mágico, onde tudo - ou quase tudo - pode acontecer, mas tais atos não devem render consequencias. Fica ali, apenas as boas memórias...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Preciso

Preciso urgentemente
De algo que me tire do marasmo
Que acabe com esse desanimo
Que me empobrece a alma.

Preciso urgentemente de um amor bandido
De uma paixão avassaladora
Que me faça cometer crimes.

Preciso urgentemente
Sentir o fogo queimando minha pele
A boca seca de paixão
E o coração batendo que nem tambor.


Preciso de alguém que me faça sentir
O corpo todo tremer
E querer apenas...Ele.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que falar...

...quando os outros falam - e pensam - por ti?
Tinha tantas coisas pra comentar no blog, que ao sentar na frente do pc fiquei em dúvida.
Hoje de manhã, imaginava escrever sobre a felicidade que tive em reencontrar um amigo.
Hoje à tarde, depois da aula...alguns comentários que vieram à tona, me deixaram um tanto quanto irritada, o que acaba por me motivar a escrever.

Falamos um pouco de cada um, que na real, acredito que acabam por se complementar.

Graças a Internet, e salve o Orkut, consegui, depois de uns 10 anos reencontrar um amigo. Uma pessoa prá lá de especial na minha vida, que me conheceu ainda quando eu era uma adolescente, e nem havia beijado na boca...hihihihi.

O melhor de reencontrar pessoas do seu passado - pelo menos no meu caso - é que estes tiveram a oportunidade de me conhecer de uma outra forma. Uma menina bem mais sonhadora e sem medos; alé da essência que, provavelmente, deve se manter nos dias de hoje. E o melhor de tudo, poder sentir que o meu carinho e admiração é recíproco. Sentimentos tão ausentes nas relações de hoje.

Hoje, nas relações que me proponho a iniciar (sejam elas afetivas, fraternas, sociais, profissionais) sinto a pressa. A pressa para estabelecer as coisas. Naquela época distante, da minha adolescencia, nos conhecíamos aos poucos, sem determinar nomenclaturas a respeito das situações. Não importa o que somos. Importa é que estamos juntos, vivenciando, experimentando, sonhando e concretizando planos.

E aí, sigo no meu segundo ponto, o que me causou certa irritabilidade. Quem me conhece, conhece. Tem gente que jamais vai conhecer; ou porque não quer, ou porque não teve calma ou sensibilidade para tal proeza. Agora, por favor, colocar palavras na minha boca, que fogem da minha prática, ética e essência, fala sério!

Nem ouso discutir sobre tal assunto, pois ele parece estar muito abaixo do meu nível intelectual - e moral. Não gosta de mim, paciência. Tem que aguentar o ano letivo se findar e no próximo ano, arranjar outro para tentar aborrecer. Só espero que minha prática profissional de alguns anos sirva para fortalecer e apoiar minha conduta. Mas...sempre paira uma certa dúvida no ar, afinal, nem sempre as pessoas realmente te conhecem, e nesse mundo onde tudo e todos são tão iguais, às vezes fica complicado perceber e encontrar o valor da diferença, o que é real, ou ilusão.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Coragem...

O que é ser corajoso? Ter coragem? Enfrentar, lutar, persistir, sonhar?
Gosto de pessoas corajosas. Pessoas que colocam a cara a tapa. Que falam, sem temer as consequências, preferindo escancarar a verdade, nua e crua.
Já sofri muito por ter a coragem de admitir erros. Mas para mim, seria pior não ter coragem de admití-los.
Já sofri também por ser honesta e mal compreendida.
Já perdi, por ter coragem de esclarecer certas coisas.
Já fui punida pela honestidade de minhas palavras. Mal vista por não fazer "carinha bonita" em momentos de desagrado.
Mas, atualmente, o que vemos na maioria das relações (amorosas, fraternas, sociais, profissionais...) não contam com tal virtude.
As pessoas mentem, enganam, omitem (mentem na verdade) fatos importantes. Não entendo. Não compreendo. Não respeito tal feito.
Falando especificamente de casos amorosos...como é difícil encontrar sinceridade. E parece algo tão simples. Porém, na maioria dos casos, os parceiros optam pela mentira, pela traição, pela mágoa, pelo desrespeito.
Sempre digo: "Prefiro a verdade cruel, do que a mentira bonitinha e agradável".
A coragem, porém, não deve permancer apenas nas palavras. Ela deve estar nas atitudes. E aí...como as pessoas são medrosas. Medo de encarar situações, medo de demonstrar sentimentos, medo de se machucar, medo de machucar o(s) outro(s). Enfim, medo, medo, medo...
Poderíamos nos aproximar mais de nossos amigos ditos "irracionais", e deixarmos nos levar pelo nosso instinto. Racionalizar em excesso inibe nossos desejos, às vezes vorazes e autenticamente prazerosos.
E se mesmo com esforço, não consigamos a proeza da coragem, quem sabe possamos ir até o Mágico de Oz, e pedir encarecidemente que ele nos dê um pouquinho de tal virtude, assim como fez com o leão medroso...e assim, possamos ser o Rei - ou Rainha- do nosso reino.

domingo, 29 de novembro de 2009

E no fim...

...2009 está chegando ao seu fim. Nessa semana entramos em dezembro. Aqui em casa já iniciei o processo de "purificação" dos ambientes.
Na cozinha, já limpei os armários, tocando fora restos e besteiras não utilizadas.
No meu quarto, arrumei meu roupeiro, realizando mais uma limpa - não usei; manda embora, tem que mandar embora? Junta tudo e manda logo.
Já para a primeira semana de dezembro quero fazer uma limpa em tudo, tocando fora o que apenas estorva. Na segunda quinzena, a faxina com água e sabão. E...
Nas duas últimas semanas do mês, é a limpeza da alma. Ainda não sei se vou num Pai de Santo, benzedera ou se vou no banho com sal grosso e mel (pra atrair coisas boas), hehehe.
Pra finalizar, aquela boa releitura do ano...que já inicio aqui.
2009 foi um ano puxado! Muito! Lembro que na virada do ano arranjei uma briga com o namorado -agora Ex-. Já seria um sinal??
Alguns dias depois, junto com o estresse da monografia do pós, apareceu um nódulo na mama. Essa me pegou de surpresa. Mas, graças a Deus, olhando toda a pressão da situação, e a demora até chegar ao resultado - benigno - acredito que consegui lidar bem com a situação.
Infelizmente, na época desse "probleminha" somaram-se outros; talvez em decorrência não sei. Problemas com o namoro; que acabou se findando, e situações desagradáveis e de pressão no trabalho: novidades do projeot implantado, medo de perder minha turma, medo de prejudicá-los devido a cirugia...
Bem, sei que, quando resolvidos os três problemas acima...tudo se resolveu.
Parecia que esses eram meus entraves. Não sei qual puxou quem, mas, de fato, a partir do meio do ano as coisas começaram a aliviar.
Pô! Mas, só coisa ruim no primeiro semestre? Não! E ai destaco dois acontecimentos: O meu "reencontro" com uma amiga de infância. Infelizmente, não podemos nos ver pessoalmente devido a distância Brasil-Londres. Mas isso é um detalhe. E segundo: eu percebi a minha força, venci meus medos, não permitindo que eles tomassem conta do meu corpo e da minha mente.
Depois de junho a vida se tornou bem mais leve! Conhecendo pessoas - algumas maravilhosas, outras nem tanto - , fazendo o que eu gosto, me divertindo, saindo com amigos, fazendo festas, voltando a malhar, cuidando de mim...
Lembro de uma conversa em abril. Não lembro a frase exata mas era algo tipo... o que for mentira não resistirá, o que for verdadeiro se fortalecerá! Nada foi tão verdadeiro este ano do que essa constatação.
Hoje estou feliz! Sim!!! E digo que 2009 não foi tão ruim assim. Eu venci! Estou viva, mais forte do que nunca...e com lembranças maravilhosas desse ano um tanto quanto conturbado!!! Obrigada 2009....deixa vir 2010!!!

domingo, 22 de novembro de 2009

Saudade dói...

Um dia desses sai com um amigo. Estávamos passeando pelo Cais do Porto. Lá um grupo de amigos riam, felizes. Nos olhamos e logo veio o pensamento - ou falamos um para o outro??? - "Odeio pessoas felizes!". Nessa última semana, tal frase foi verdadeira.
A felicidade alheia tem me incomodado. Me sinto vazia. E esse vazio é minha culpa!
Uma vez me disseram que eu passava uma ideia errada sobre mim. O que eu passo?? Provavelmente várias coisas.
Sei de coisas que faço conscientemente. Mas...tem outras, que penso ser a melhor "estratégia"...mas quando passa o tempo, vejo que tudo deu errado.
Estou numa fase de busca...muitas. Buscando o meu Eu, buscando o perdão pelos erros passados, buscando acertar, buscando...buscando.... Não sei se da melhor forma. Mas, não tem muito o que fazer. Preciso aguardar. Ter paciência. Quem sabe logo encontro a resposta pra tudo.
Sinto saudades do passado. Das alegrias, dos sorrisos, das buscas, das tentativas, das lágrimas, até do sofrimento. Tudo era tão inconstante...mas emocionante. Sinto falta disso. Faz tanto tempo que não sinto emoção correndo nas minhas veias. Nada me comove ou mexe comigo interiormente. Me sinto fria...distante de tudo e de todos. Prefiro a ausência...mas ela me entristece.
Ouço músicas de épocas distantes...lembro dos sentimentos, das sensações, dos acontecimentos...não precisava reviver os exatos momentos...mas queria me permitir a sentir as sensações.
Estou sozinha, num vazio sem fim e deixo a tristeza tomar conta...já não consigo nem fugir... ou será que estou fugindo?
Espero encontrar as respostas...o quanto antes...e quem sabe, me libertar desse sentimento que dói e me prende ao passado. Saudade dói...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Eu sei...

Dessa vez eu sei!
Não adianta nem tentar:
Não vai rolar.
Meu coração tá dizendo
Que se não for você
Não adianta nem tentar.
Não sinto a vibração
Do meu coração
Minha pele não corresponde
A tua respiração.
Você não tem nada de errado
Mas eu sei que não estou certa
Tentando me enganar
Mas a razão prevalece.
Melhor agir certo
Mesmo sem ter certeza
Do que pode acontecer
Do que tentar algo que sei ser errado
E magoar um coração.
Na minha mente ainda aguardo
Meus sonhos virarem realidade
Não sei exatamente do que se trata
Mas preciso resolver minhas pendências.
Eu sei...
Que talvez siga errado
Mas quero acertar em algo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tolerância Zero

Para aqueles com um pouco mais de idade, a expressão acima relembra um personagem humorístico que fazia rir com seu tom "estupidamente grosseiro" às perguntas idiotas que recebia.
Me considero uma pessoa bem humorada. Acordo de bom humor. Mas...ele vai se esvaindo ao longo do dia. Isso é normal, não?
Meu dia a dia é extremamente estressante. Alguns podem achar que não. "Barbada! É professora!" Pois estes, provavelmente são aqueles que jamais conseguiriam permanecer dentro de uma sala de aula.
Não venho aqui menosprezar as demais profissões. Bem pelo contrário. Cada uma com suas exigências e responsabilidades. E cada profissional sabe bem - ou deveria saber - onde está se metendo quando opta pela sua carreira. Mas o ponto da conversa não é esse.
A questão é... tolerância tem limite. Quando estou disposta aguento muita coisa. Deixo levar. Mas...quando o cansaço toma conta.Por favor!!!! Mantenha distância. Me deixa quieta no meu canto!
Obviamente, saber a hora de se retirar é um dom. Tem gente que não tem "simancol". Ou pior. Não tem a destreza de se colocar no lugar do outro. E quando o pavio já está curto, parece mais querer que outro se exploda.
Eu tenho diversos defeitos. E tenho pleno conhecimento deles. Até não diria defeitos, porque na verdade, eu não tenho problema nenhum com eles. Os conheço e tento administrá-los da melhor forma. Mas, tenho uma personalidade forte(mente) irritada! Hahaha. E isso incomoda aqueles que passam o tempo todo querendo agradar a todos, ou que não conseguem admitir seus defeitos, erros e incoerências.
Não vim ao mundo para fazer agrados a ninguém. E não vou ficar fazendo carinhas doces quando estou irritada.
Odeio burrice. Odeio gente oportunista. Odeio falta de companheirismo. Odeio falta de apoio. Odeio mané que tira proveito de tudo. Odeio gente que não enxerga seus defeitos, e está sempre atirando os dos outros na cara. Odeio gente que desvaloriza os demais. Odeio crítica por crítica. Odeio.....!!!!!
Enquanto a criatura tá se ralando, a outra tá ali, admirando o esforço. Pior ainda quando vem exigir algo!
Sei que hoje...fiquei a repensar sobre essa postura tolerante. Se eu não consigo mantê-la a todo instante, seria melhor não tê-la em nenhum??? Vou começar a usar um cartaz:
"Para se aproximar, mantenha o extintor em mãos!!! Material explosivo!!!!"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Desabafo de uma mente regada a vinho

Não sei como chamar esses sentimentos que brotam em mim. Na verdade, nem sei se são bons ou ruins. Sei que eles surgem. E já cansei de saber das coisas, bem antes delas acontecerem.
Pra quem não me conhece bem, não sei que imagem passo. Mas...eu sei muito bem "ler" o que se passa...ou vai passar. Apenas preciso dar mais valor a essas súbitas imagens de futuros que se lançam em minha mente.
Não sei por que não dou a elas a atenção devida. Possivelmente, pelo fato de querer acreditar nas pessoas.
Não sei se isso é um dom. Mas não gosto de ter sempre a razão. Já prefiro me calar. Ficar só a observar...e se estou calada, é isto que estou fazendo.
De repente, isso incomode a algumas pessoas. Esse jeito calado que tenho. Essa forma de olhar sem me manifestar. Alguns já têm a proeza de me compreenderem. Não se fazem necessárias as palavras. Mas são poucos! E então, para aqueles que não possuem tal percepção, possivelmente tenham uma imagem distorcida de mim.
Não esperem palavras doces da minha boca, se não, no caso em que elas realmente sejam verdadeiras. e não grito ao mundo minha forma honesta e verdadeira de ser: apenas faço!
Não sei quem é mais "babaca". Se eu, por fazer de conta que não percebo a minha própria percepção, ou se os outros...que acham que me enganam com suas frases prontas, muitas vezes ditas, e repetidas e tão pouco surpreendentes, pois apenas trasmitem o que provavelmente, todos queiram ouvir.
Sempre me considerei inteligente. E ainda acredito que sou. Provavelmente, seguindo Nietzsche, meu filósofo admirado, meus contemporâneos não estejam a minha altura para compreender meu ser. Mas...nesse mundo onde os valores estão tão corrompidos, e a vigarice, virou sinônimo - para alguns - de intelectualidade - prefiro ser louca - e burra!
Prefiro a pureza do meu ser, meu olhar gentil...e a minha crença, que parece utópica, de acreditar ainda nas pessoas, mesmo que com o tempo (e ele pode ser tão logo, quanto tão distante) elas me provem totalmente o contrário.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inquietude

Nossa! Cheguei em casa e capotei. Realmente estava cansada e o tempo lá fora estava muito propício (tirando a vizinha que gritava), o som da chuva e dos relâmpagos me relaxaram. Até minha gata, coitada, no cio, parou por um certo momento de miar (óbvio que precisei usar de chantagens; ameacei-a de colocá-la no banheiro).
Mas, o melhor de tudo isso, foi o sonho. Sonhei em estar comendo negrinhos (calma! Nada de canibalismo! Essa é a forma carinhosa com a qual chamamos o brigadeiro!) e bolinhas de queijo com catupiry. Meu Deus!!! Isso que é acordar de um sonho bom!
Infelizmente, não tenho tido muitos momento prazerosos...e sonhar com essas delícias, bah...me deixaram malucas.
O mais engraçado é que antes de dormir não pensava em nada a esse respeito. Bem pelo contrário. Pensava em coisas sérias. Minha insatisfação com a vida!
Mais uma vez, calma! Isso não é um depoimento de uma suícida (pelo menos é o que eu espero!)
Estou sentindo que a vida está me levando pra uma maré que eu não quero! Não quero viver assim. Estou cansada da mesmice do dia-a-a-dia, do ir e vir do trabalho. De chegar em casa e encontrar bagunça e contas a pagar. Quero mais de mim, prá mim!
Queria ter coragem de colocar uma mochila nas costas e correr o mundo. E não pensem que isso é uma fuga das obrigações ou uma insatisfação com a área que escolhi. Não!!! Não é isso!
Profissionalmente eu queria mais. Não um salário maior. Aqueles que me conhecem, ou que já me permitiram que eu despejasse meus sonhos - quase útopicos - sabem o que eu quero. E aí, aquele desejo, que sempre coloquei como uma ideia para depois de aposentada; em vista da situação financeira da qual não disponho, parece agora vir com tal força que chega me mover a um precípicio!
Eu quero fazer a diferença! Mais!! Quero ir em busca daqueles para quais nada chega...e quero oferecer um pouco de mim.
Todo problema gira em torno do "Como?" Não sou aquela típica aventureira - só se for de final de semana - que larga tudo e vai, esperando pra ver no que dá. Sou pé no chão demais. Imagina que loucura: largar meu emprego, que não é nada mas me dá uma segurança de uma aposentadoria futura (Bah, como eu penso longe!!!! M....), largar amigos (poucos, mas...), e tipo, com que dinheiro chegar lá?)
Às vezes eu queria ser mais ambiciosa, desbravadora. Me falta o anseio dos grandes navegadores, buscando novas terras em horizontes inimagináveis!! Não quero - Oh Meu Deus, não permita - que a minha satisfação venha de alguns negrinhos e bolinhas de queijo!!! Por favor!!!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Nostalgia

Que vida nostálgica
É essa que penso que vivo.
Uma vida de ausências,
Impermanências.
O dia lá fora parece belo...
E eu aqui,
Trancada entre essas paredes,
Sozinha!
Eu e minha solidão triste
Que demonstra a minha total incapacidade
De ser feliz.
Sinto a dor cruel de não ter importância
De não ser lembrada.
Vida degradante essa
Que se limita às obrigações
E onde talvez, sintam a minha falta.
Tenho repulsa na alma
Por essa vida deprimente
Escolhas talvez feitas
conscientes ou inconscientemente?
Corre a lágrima
Leve e longa
Já não tenho forças...
Suspiro...
Nostálgica...
dentro de mim.
Só queria um pouco mais,
De mim
Pra mim...
apenas algo a mais,
Pra amar e ser feliz...
Falta um pedaço de mim!

domingo, 1 de novembro de 2009

Confusa

São tantas coisas que se passam na minha cabeça,
que acabo me perdendo em pensamentos.
Não sei sobre o que penso,
e nem sei se devo.
Essa mania de pensar de mais, sempre me incomodou
De repente agora seja a hora de parar esse motor.

O tempo passa...a água corre...

Os dias começaram a esquentar. Gosto disso. É uma sensação diferente. Quando o vento toca meu rosto, parece purificar a alma. Lembro do cheiro da praia, do toque da água do mar nos meus pés. Sinto saudades.
O ano está chegando ao fim. E já começo, vagarosamente, a pensar no futuro. Um futuro não muito distante, pois afinal, ele ainda não nos pertence, mas...um dia que está bem próximo de chegar.
Não fiz muitos planos para o verão. Na verdade, apenas estou pensando na chegada de dezembro. Mais um mês pela frente.
Na minha sala de aula começo a limpar os armários. Começo a pensar na turma do próximo ano.
Na minha mente, fico tentando imaginar o que irá permancer em 2010, o que irei abandonar, as trasnformações que poderá vir a ocorrer. Já faço uma pequena retrospectiva de 2009. Ano que com certeza vai ficar na memória. Ano de superar medos, de vencer, de ser forte, de abrir mão, de refletir opiniões...enfim, um bom ano apesar de todas as lágrimas...pois são elas que me mostram como hoje estou feliz!
Deixemos o calor tomar conta...e assim, quem sabe, junto com o suor que corre na minha face, eu possa também eliminar tudo de que não necessito para o próximo ano.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vivendo

Eu não tenho a mínima noção de onde vou parar. Na verdade, nem quero saber.
Quero ser levada pelo movimento rebelde das ondas do mar. Quero ser modulada pelos ventos a me empurrarem para bem onde entenderem.
Quero simplesmente seguir a maré. Curtir os sons da natureza e as cores únicas que percebo nos céus.
Quero respirar os aromas das flores, dos frutos e das cascas das árvores. Quero tingir meu corpo das cores das folhas do outono.
Quero ser brisa, ser mar...quero ser céu. Simplesmente sem limites, sem regras. Sem esperas.
Quero correr sem rumo, apenas seguindo a intuição. Seguir por caminhos incertos, porque na vida, não há certezas...apenas experiências; positivas ou negativas.
Então vou seguindo...um passo de cada vez. Se eu tropeçar, erguerei minha cabeça, olharei para os lados e, novamente em pé, tornarei a buscar. O quê? Paixão, amor, loucura, tesão, sabedoria, alegria, sorrisos, lágrimas...tudo e nada. Apenas o que vier!

sábado, 24 de outubro de 2009

Amadurecer

Não lembro bem quando, nem onde. Ah!!! Acabei de lembrar. Foi num e-mail que recebi falando sobre a mulher madura. Ali encontrei algumas palavras que descreviam exatamente a situação em que me encontro.
Não estou querendo dizer que acredito que hoje sou totalmente madura. Acredito que maturidade é algo constante. Diferentemente de uma maçã que, quando amadurecer, se desprende dos galhos, cai ao chão e apodrece, nós, seres humanos, podemos vivenciar ao longo da vida vários amadurecimentos. Pelo menos é assim que me percebo. Que sinto como mudei.
Hoje, não sou a mesma Bruna de tempos trás. E já fui muitas Brunas. Com certeza!! Quem conheceu a Bruna num tempo anterior, e por tempos distante ficou, talvez se surpreenda com a diferença. E já escutei isso!
Gosto desta sensação. Espero que ela me acompanhe até o ultimo suspiro, pois sinto sede de trasnformação. Não quero "aquela velha opinião formada sobre tudo", parafraseando Raul. Quero a reflexão sempre. E gosto quando alguém me permite o silêncio. Não me calo por não ter argumentos. Me calo para degustar as coisas. E gosto! Tão raras são essas situações. Nem todos conseguem me tocar de forma a me levar para o mundo das ideias, do ato de filosofar.
E assim estou. Flutuando, sublime. Pensando na vida, nas coisas. Nao busco respostas - não as quero agora. Busco apenas a mente inquieta, que me move...e me permite sempre, e cada vez mais...amadurecer!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Veneno na alma

Não gosto de como me afeto com as coisas. De como coisas que deveriam ser insignificantes tomam proporções alarmantes. Invadem meu corpo, e o pior, a minha mente, como veneno. Entra e se espalha e vai contaminando...parecendo quase fatal. Não gosto de palavras envenenadas. Palavras que saem da boca, com sei lá quais interesses, e chegam na gente com a força de uma flecha, que feri nosso coração. Talvez, esse seja meu grande tendão de Aquiles... palavras envenenadas...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia do Professor

Hoje é Dia do Professor. que professor é esse que vemos por aí?
Ainda trago na memória a lembrança de alguns professores. Naquela época costumávamos chamá-las de "Tias". A cada início de ano, um cartaz na porta da sala de aula indicava o nome da nova professora. Foram muitas "Tias" ao longo dos meus primeiros anos de vida escolar. Tão difícil foi, ao chegar na quinta série, abandonar o vício dessa nomenclatura, hoje tão abominada por diversos pedagogos.
Guardo nas lembranças, cada rosto meigo que me ensinou a escrever e a ler. Que me ensinou a usar as palavras corretamente e a tentar olhar para frente - ao invés de ficar viajando, olhando para os colegas.
Lembro dos professores queridos, dos seus sorrisos, e de suas temerosas convocações, solicitando a presença de minha mãe.
Apesar de nunca ter sido uma aluna nota 10, guardo com carinho, no meu coração, o tempo de escola.
Não sei exatamente quando pensei em ser professora. Nas redações escolares, sempre mencionava ser professora, dentre tantas outras opções profissionais. Hoje, tão raras são as crianças, que ao serem questionadas, respondem "Ser professor(a)!". Bem pelo contrário, a maioria diz que jamais gostaria de ser professor, porque teriam de aturar os alunos, as gritarias e a falta de educação. Que péssima imagem têm de sua própria postura.
Hoje, ser professor, é ser um utópico, um sonhador. É almejar um mundo novo, que parece tão impossível. É lutar contra os baixos salários, a falta de rspeito dos alunos e também de seus pais.
É lutar contra todas as dificuldades estruturais, governamentais e emocionais para ter uma boa aula. É buscar atingir a todos, mas se alcançar a um ou dois, já satisfazer-se.
Sou professora. Almejo ser uma educadora, uma mestra. Alguém a quem meus alunos possam ter orgulho e inspiração.
Sinto-me feliz quando, no meu msn, aparece um antigo aluno me pedindo auxílio. Não na matéria de sala de aula, mas sobre coisas da vida. Sinal que passei alguma coisa bacana e que para ele, minha opinião é válida.
Não me satisfaço mensalmente, ao ver meu contracheque, mas vibro e choro quando percebo um aluno vencer seus maiores obstáculos...seus próprios medos e inseguranças. E sempre que o cansaço toma conta do meu corpo, olho para seus rostos - tão angelicais e serenos - e no brilho dos seus olhos - ou nos "Eu te amo" que escuto - encontro a felicidade e a paz, pois tenho a certeza de que estou trilhando o caminho certo.
Aos meus alunos, que fizeram parte da minha vida, e que me deixaram tantas marcas felizes, eu digo: Amo vocês! Vocês são a razão da minha vida, pois são vocês que a fazem realmente valer a pena!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Às vezes não são necessárias palavras para que possamos compreender - ou ver - o sofrimento nos outros.
Quando duas pessoas se conhecem, ou se têm um laço forte, seus olhos se comunicam.
São nesses momentos, quando olho teus olhos, que sinto uma tristeza vindo do fundo do meu coração. Me dói na alma saber que você não é (está) feliz. Que tenta, de todas as formas, esconder dos demais a tristeza que cultivas no peito...e na mente.
Não basta sobreviver na vida. Ela é tão curta. Mal sabemos nós com qual velocidade ela se despedirá de nós. Então, por que viver cultivando dores, sofrimento e mágoas em nossos corações?
Te quero feliz! Sentir nos teus olhos a felicidade! E poder terminar meu abraço, sem dor no coração!

sábado, 10 de outubro de 2009

Doces suspiros

Hoje teu cheiro ficou no meu corpo. Você marcou forte. Marcou de um jeito gostoso, macio, terno. Não me entregar de corpo e alma é apenas uma forma de me proteger. Ou tentar! Me proteger dos perigos que o amor pode nos trazer, quando deixamos nossa mente descansar, e o coração mandar.
Gosto do jeito que me olhas, e como tentas me persuadir. Gosto do jeito que tu me beijas, e me fazes suspirar. Isso é difícil. Não é sempre que isso acontece.
Boca, língua, pele. Mãos, calor, cabelo, pescoço. Teus lábios nos meus. Tua saliva na minha boca. Satisfação.
O coração bate mais forte. Eu gosto. Gosto do que sinto. Gosto, simples e puramente.
Vamos deixar as coisas acontecerem e aproveitar essa sensação gostosa. E deixar teu cheiro em minha pele, enquanto a fragância fizer meu coração acelerar e eu permancer a suspirar...Suspiros, doces suspiros de paixão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mente - e Corpo - Inquieto

Sempre gostei muito de ler. Desde criança, na biblioteca da Escola, chegava a me debruçar no chão e a ficar lendo ali mesmo. A Tia Darci -que saudades! - , sempre tinha uma boa indicação.
Lembro que no início de minha vida escolar, retirava emprestado uns livrinhos pequenos, de capa e folhas duras. Era uma coleção, de um meninho gordinho. Ali, a autora ensinava a tomar banho sozinho, dormir sozinho. Bem coisa de criança!
Mais adiante comecei a ter interesse por mitologia. Li todos que haviam na biblioteca. Ler sobre os heróis gregos me fascinava. Tive a fase dos poemas e depois, das histórias de romance, perfeitos para adolescência. Diariamente estava eu encostada no balcão da "Tia" retirando um novo livro.
Na época do segundo grau lembro-me de minhas leituras decaírem. Eu lia bastante, mas não livros inteiros. Alguns poucos, que lembro ter lido nessa época, foram de autores famosos da pedagogia, como Paulo Freire. Foi nessa época também que li minhas primeiras obra mais densas.
Na faculdade minhas leituras se resumiram há muita História, Teoria e Filosofia. Nesta época, abandonei de vez a literatura e digo que, após, tive muitas dificuldades em ler obras mais "suaves". Só parei por recomendação da psicóloga: "Tu pensa demais! Não pode ficar lendo Nietzsche!". Ok! Tempo para a Filosofia.
E então, quase que de forma obrigada, comecei a partir para novas leituras, mais suaves, relaxantes; e passei a diversificar meus temas.
Hoje estou com uns 5 livros na cabeceira da cama. Mais uns 3 dentro da gavetinha, também ao lado da cama, para nem precisar recorrer à estante. Todos em leitura. Um dia um, depois outro. E tenho curtido entrar numa esfera de auto-conhecimento.
Tenho gostado muito do mais atual, que retirei na biblioteca da escola. Não mais com a "Tia Darci" mas, com a colega de trabalho.
Mentes Inquietas, fala sobre pessoas com DDA - Déficit de Atenção. Sempre imaginei que era uma. Depois da leitura, acredito que tenho 99% de chances de ser. E aí, descobri que a mesma deficiência que me deixa tão no mundo da lua, pode ser também responsável pelo meu gosto pela leitura, e principalmente, pelo escrever.
Sempre me senti tão intima de um lápis e de um papel. E na era do Blog, nossa!!! Que maravilha! Vomitar no teclado tudo que se passa na minha cabeça, e que tantas vezes, tenho tanta dificuldade de expressar.
O mundo seria bem interessante se mais pessoas tivessem Déficit de Atenção... Pois nossa capacidade de viajar mesmo estando no mesmo lugar é muito bom! Nossa criatividade supera todas as aparentes dificuldades.
Tão raras são às vezes em que consigo me desligar dos problemas, parar com o pé chato e me focar em algo. É lendo - e escrevendo - que tudo parece ficar mais calmo, tranquilo. Os problemas vão diminuindo de tamanho e os sonhos crescendo! Eu leio, escrevo..e no fim...me perco de mim novamente!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Será?

Será que a solução
É abrir mão de tudo?
Deixar de sonhar
De querer
E buscar?
Será que no fim
Nada é certo
Não existe paixão
E o que esquentava meu peito
Era apenas alucinação?
Por que a sorte
Num piscar de olhos
Pode virar o azar?
Por que o encanto se quebra
Como vidro estilhaçado ao chão?
Por que o sorriso abre portas
Às lágrimas que correm em vão?
Por que não posso retribuir
O carinho que me deste
Por que não posso sentir
Você perto de mim?
Será que tudo é ausência?
Será que tudo é solidão?
Será que o sofrimento
É o único a me dar a mão?
Será que o tempo deixa a gente amarga
Descrente de alegrias
Ausente de paixão
E morta para a vida?
Será que te dou as costas?
Será que não entendi as palavras?
Será que tudo foi utopia?
E você se foi sem ao menos me dar um abraço?
Será...será....

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(In)Certezas

Às vezes fico buscando as certezas
E quanto mais as persigo
Percebo que elas,
Não existem.
Não sei se permaceço nessa caça,
Nessa procura sem fim.
Não sei se na vida,
Tenho que alcançar isso pra mim.
Certezas, o que são elas?
Que garantias podem me dar?
Se na vida,
Tudo é imprevisível?
E o ser humano, muito mais!
Queria garantir minha felicidade
Tomar apenas
Os caminhos corretos.
Caminhos garantidos,
Para a felicidade eterna.
Queria ter a certeza,
Nas escolhas feitas,
Que tudo terá um final feliz.
E se assim não for,
Sinal de que não foi o fim.
Queria saber se você é o cara certo,
O príncipe-sapo às avessas.
Queria saber se meu limite,
Está no paraíso ou no inferno.
Queria saber se aquela lágrima foi a última,
E que este sorriso jamais saíra da minha face.
Queria saber que aquela foi a última pedra do caminho,
E a última lágrima que meu rosto molhara.
Certezas, tão incertas...
Jamais saberei ao certo
Mas uma única me conforta...
Não tenho limites para sonhar,
Não tenho limites para querer.
Sei que poderei lutar,
sei que poderei resistir.
E quando as forças me faltarem,
E tudo parecer perdido,
Terei a certeza,
Que tudo nesta vida é incerto...
Até mesmo certezas, tão incertas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lá fora a chuva caí...e a audiência...

Domingo é um dia triste. Não exatamente o dia. Eu adoro o domingo. É o dia do chima na Redenção, de encontrar os amigos, de colocar o papo em dia. Dia de dar risada, de passar na Cidade Baixa, tomar uma cervejinha, ver o Grêmio jogar.
Infelizmente, tais práticas vão por água abaixo quando a chuva caí. Sou obrigada a ficar em casa.
E então, inicia-se o suplício. Tentar encontrar algo que preste na televisão é algo difícil, pra não dizer deprimente.
Num canal vejo "repórteres" transvestidos de famosos, debochando e ironizando tudo que é possível. Até mesmo mulheres feias são lançadas em concursos denominados como a "musa da praia". Mulheres exuberantes são colocadas na frente da TV praticamente nuas. Promovendo a ideia do "se beber não dirija", mulheres são usadas e colocadas a disposição para brincadeiras sem a menor graça, levando o "bêbado" em segurança para casa acabam dentro do chuveiro com os mesmos.
Em outro canal, pegadinhas - provavelmente de origem européia - mostram mulheres de peitos de fora, em horário nobre. É o caos da televisão brasileira. Mas isso não acaba por aí.
Em plena segunda-feira tenho que rir - pra não chorar - com a novela das 8, que inicia as 9. Um cara de seus 50 anos, casa com uma mulher de 30(?) e faz ceninhas de ciúmes por ela já ter ficado, transado com outros caras? Por favor, isso é coisa de adolescente. Não é uma atitude esperada de um cara bem resolvido que não se preocupa em ser mais velho que sua mulher -se fosse o caso pegava uma velhota. Ah, façam-me o favor! E o pior de tudo é que o povo vê. O problema nem é ver. A questão gira em torno do ver e não ter um minímo de olhar crítico de toda essa situação. Em horário nobre - em uma das maiores emissoras de televisão do mundo - se esbanja uma vida de luxúrias e riquezas, onde a "mocinha" só sabe falar em dinheiro e em "milionário". Uma vida muito pomposa, não?! Talvez a vida que a maioria dos brasileiros quisessem ter...e por isso....
Vemos também na noite de domingo, tão trágica noite foi essa, a disputa por 500 mil reais. Três mulheres na final. Elas participam de um jogo há mais de 2 meses. E no final fica aquela pergunta: O que vale no jogo? E assim encontramos a resposta. Vale tudo. Mas fiquei feliz com o resultado. Já que aquilo tudo tinha sido uma palhaçada, um monte de babaquice, tinha que ganhar...a idiota! É óbvio. Por que a outra idiota, se considerando a mais inteligente - e talvez, dentro das alternativas fosse mesmo - eliminou todos que considerava fortes. Pois bem, e na hora final, pelo sua jogada cheia de ações um tanto quanto nebulosas, acabou por desencadear uma forte situação de rancor entre os participantes eliminados e assim, perdeu. Perdeu por querer (ou ser) esperta demais. Que idiotice!
Mas, quem lê tais críticas pode me questionar: E tu, ficaste olhando isto? Mas é óbvio! A televisão nada mais é do que a representação exata do seu espectador. Basta ver o que se passa nos canais da TV para entender o porque de andarmos em um mundo repleto de injustiças, de governadores que roubam e passam ilesos, e assim por diante. Essa é a cultura popular...além do mais...como vou manter minhas conversas com os simples mortais??

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ana avistou uma árvore na sua frente. Era imensa e tinha um fruto divino, vermelho e saboroso. Subiu devagar pelos galhos mais baixos, vencendo seu medo. Superou o medo de altura e alcançou o fruto mais alto. Saboreou-o com prazer.
Daquele galho mais alto, enxergou uma bela cachoeira. Chamou os amigos mais queridos e sinceros, que sempre a acompanham com alegria e afeição.
Foram banhar-se. Passaram horas ali. A água ainda gelada, fazia seus corpos arrepiarem. Brincavam, mergulhavam. Divertiam-se como nunca.
O sol brilhava de forma intensa e afastava o frio. Os pássaros eram a trilha sonora daquele dia. Cantavam e bailavam pelo ar, colorindo o azul do céu com as cores da natureza.
No jardim ao redor, uma imensidão de cores - algumas raras de se ver na natureza. O perfume se espalhava. Beija-flores e borboletas disputavam seu lugar nas pétulas macias e firmes.
Saíram da cachoeira e deitaram-se no extenso gramado. Agora brincavam de rolar na grama. Ana dava gargalhadas. Sorria na companhia das pessoas que mais gostava.
Em alguns instantes, o sol se despediu. Era a hora da lua compartilhar com aquelas crianças o brilho das estrelas. Ana fecha seu livro e deita suave em sua cama. É hora de dormir.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

1 minuto de silêncio

Hoje faço um minuto de silêncio
Pelas minhas palavras duras
Pelos meus tropeços
E pelas mágoas que carrego no peito.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Inquietude

Fazia tanto tempo que eu não chorava, mas foi justamente você que fez a lágrima rolar. Uma única lágrima. Não sei se era de dor, alegria, tristeza...não a compreendi.
Eu me senti num clip dessas bandas emos...lastimando um pseudo-amor que há tempos se acabara.
Foi tudo tão rápido, meio sem noção. Mas quando vimos estávamos andando de mãos dadas, e isso foi justamente na última vez em que te beijei.
Eu sabia que tudo aquilo era loucura. Que mais cedo ou mais tarde a realidade bateria na porta, dando o aviso que o sonho terminara. Mas foi bom...muito bom. Melhor do que aqueles romances longos, que acabam pelo desgaste do não querer mais se tocar. Com você, foi vontade de estar junto do começo ao final, e tive a sorte de ainda poder dizer que aquele beijo, era um beijo de despedida. Quantos amores tiveram essa oportunidade?
Outro dia, numa conversa banal, teu nome foi citado. Seria você o motivo de eu estar hoje tão desligada? Não sei. Mas hoje, retomei a questão, já que jamais esperava, de repente, do nada, por ti derramar mais uma lágrima. Acho que foi apenas...vontade de ser daquele jeito novamente...de me deixar envolver, de querer estar com alguém. Hoje, cultivo um vazio no coração, mas um vazio que parece ser necessário. Pra que? Por quê? O tempo dirá...e aqui...fico no aguardo, cultivando uma inquietude, única coisa que mexe com meu coração.

sábado, 19 de setembro de 2009

Conto IV

Não sabia com exatidão quando o havia visto pela primeira vez. Sua lembrança inicial era dele sentado ao lado da sua porta, junto com um outro rapaz. Vestia a camisa do clube que torcia, do qual ela também fazia parte. Tinha os cabelos loiros, na altura dos ombros e olhos verdes. Um sorriso imenso e radiante. E assim ela se apaixonou por ele... após sucessivos encontros pelas ruas, olhares e sorrisos trocados.
Numa tarde de verão ela saiu com rumo certo. Foi à sua casa, mas não o encontrou. A então desejada "futura" sogra, deu a direta: "Segue esse caminho que tu vai encontrá-lo".
Chegou de mansinho, com ar de timidez, mas já acostumada a seguí-lo onde pudesse. Ia vê-lo nadar no rio, jogar futebol ou em casa. Apesar de achar que não deveria procurá-lo tão incessantemente, seu coração batia tão forte ao pensar nele, que corria desvairada a sua procura. Ela o amava. Era sua primeira paixão. Por ele escrevia longas cartas de amor, chorava e fazia qualquer coisa.
O tempo passava . A lua alçava aos céus, permitindo o descanso do sol que iluminara todo aquele dia de verão.
Ele foi então acompanhá-la. Carregava nas mãos sua bicicleta, que como por ligação do destino, era igual a dela. O perfume do seu cabelo era levado pelos ventos até ela. Sentí-lo tão próximo, fazia seu coração bater mais forte. Num súbito de coragem, ele tomou sua mão, segurando-a de forma firme. Num instante, estavam parados, um frente ao outro. Ele segurou-a nos braços, e aproximando-a, uniram seus corpos em um beijo.
Naquele instante, a magia da paixão, que há tanto tempo tomara seus corações, envolve-os, fazendo-os esquecer do mundo. Já não se importavam com nada que fosse alheio àquele momento. A Lua permanecera como a única testemunha.

domingo, 13 de setembro de 2009

Poemas

Hoje eu não estou mais sozinha.
To vivendo um caso.
Um caso intenso de amor e paixão.
O caso mais avassalador que já tive,
E com o ser mais supremo que já conheci.
Hoje, meus olhos estão focados,
não tenho outra direção.
Minha vida, é uma rua de mão única,
Só tenho um rumo e não mudo não.
Hoje, sinto prazer de verdade
Porque estou com alguém que realmente me conhece,
Tem meu mapa, tem minhas instruções.
Hoje, quem vier vai bater a cara na porta,
Não quero e não vou dar trela
Porque sou fiel na minha relação.
E quero,
Como desejo mais profundo,
Que também receba em troca,
Toda essa devoção.
Hoje, eu sou só minha
Vivo pra mim
E pra mais ninguém.
Hoje, estou comigo
Com meu corpo e com minha alma
E esse caso de amor,
Espero,
Nunca se acabe!
......................................................
Quero a transparência da água;
A cor das flores;
A liberdade dos pássaros;
E a doçura do mel.
Quero ser como o mistério do Universo,
A despertar o desejo e a imaginação.
Quero o aroma da terra molhada,
O das flores das árvores,
E das folhas da laranjeira.
Quero a intensidade de um raio,
A força das ondas,
E a meticulosidade dos felinos.
Quero a sabedoria dos Mestres,
A alegria das crianças
E a sensibilidade de uma pétala.
Quero ser a vida, a alegria e o entusiasmo.
Quero ser a paixão, o tesão e a emoção.
Quero ser o carinho, o esmero e a atenção.

sábado, 12 de setembro de 2009

Conto III

Joana era uma mulher de seus trinta e poucos anos. Bonita e inteligente, era independente e isso sempre a atrapalhou. Sempre teve em mente que, de certa forma, sua atitude fora dos padrões esperados pelo sexo masculino, a atrapalhavam de muitas formas.
Primeiro, parecia que sempre atraía os tipos errados. Caras que com ela acabavam por sentirem-se inferiores, seja pela posição profissional que ocupava ou pelo seu intelectuo. Segundo, parecia que ela sempre assustava os "bonzinhos", por pensar nas relações como algo onde, enquanto tudo vai bem, "Ótimo!", quando não vai mais, "Tchau!".
Enfim, ela vivia um momento diferente. Não estava preocupada em manter nenhum tipo de relação, e pouco lhe importava se tivesse ou não alguém para recorrer nos momentos de carência.
Joana estava certa de que, aquele era o momento dela. Estava preocupada em cuidar do seu corpo e principalmente da sua mente. Deveria estar atenta porque sua intuição lhe mandava sinais de alerta. Algo de supremo iria lhe acontecer e paixões avassaladoras não eram a sua meta.
Um dia, acordou diferente. Se olhou no espelho e viu que sua pele estava radiante. Os cabelos pareciam mais belos do que na noite anterior. Sua face estava serena. Escolheu uma roupa mais caprichada, colocou um brilho nos lábios e pintou os olhos. Usou seu perfume de sempre. Pegou a bolsa, a chave do carro e saiu.
O dia passou dentro de sua normalidade. Ainda sentia no peito uma sensação gostosa, de algo bom que viria a acontecer. Seu turno de trabalho chegava ao fim e já se ajeitava para voltar para casa.
A noite estrelada convidava para um passeio. Deu algumas voltas pelo calçadão e sentiu a força da lua em seu corpo. Seu brilho a fascinava! Parou um pouco, desceu do carro e sentou-se num banco. Tirou os calçados e deixou seus pés sentirem a areia, aquela hora já gelada e úmida. Desligou-se do mundo.
Ficou ali mais alguns instantes. Viu alguém se aproximar. Era um homem. Dava passos lentos e firmes. Sabia por onde estava...para onde ia. Passou por ela e deixou um rastro de perfume. O aroma penetrou em seu olfato e então, ela suspirou.
No suspiro levantou-se e seguiu em frente. A noite ainda era longa, mas o cansaço tomava conta de seu corpo. Foi para casa. Amanhã seria um novo dia e quem sabe, mais uma vez, acordaria sentindo que algo de muito bom aconteceria em sua vida.

Conto II

A primeira vez que ele a viu, algo lhe chamou a atenção. De canto, a escutava, percebendo assim algumas de suas peculiariedades. Era bonita, com um sorriso aberto e presente. Seus cabelos não muito longos, caíam sobre seus ombros contornando seu rosto delicado.
Tão logo começaram a trocar palavras, o diálogo correu solto e logo sentiram uma sintonia entre os dois. Pareciam muito parecidos em alguns detalhes, mesmo que de fora, talvez, não tivessem muito de semelhantes. Enquanto ele pensava em virar um homem rico, bem situado e valorizado profissionalmente, ela esperava uma vida de liberdades, onde o dinheiro é um mero detalhe da vida social, e a valorização e o sucesso, algo que está presente no nosso íntimo e não externamente. Apesar de ideias tão dispersas de vida, algo os aproximou.
Sutilmente, quando teve a oportunidade perfeita, seus braços a enlaçaram, acariciando-a de forma discreta e carinhosa.
Ele pensava no que fazer. Ela no que dizer. Enfim, não falaram nada. Apenas se beijaram. E ali permanceram...mudos e calados, mas de certa forma, falando na mesma língua.

Conto I

Ela olhou à sua frente e lá estava ele. Seguindo aquele estereótipo desejado por todas as mulheres, exibia um olhar penetrante, cabelos e olhos castanhos. Tinha um sorriso que encantava e exercia seu charme fazendo com que qualquer mulher, numa distância mínima, logo se sentisse atraída. Alto e magro, tinha como complemento um óculos, suave e discreto, oferecendo um charme de intelectual.
Foi entre papos regados a sorrisos e olhares que ele entrou em sua vida. Em pouco tempo, ele conseguiu satisfazê-la. Mais do que oferecer prazer carnal, ele alimentava sua alma.
Seus desejos de mulher eram saciados e quando estavam juntos, tornavam-se únicos, numa ligação que parecia transcender os limites da paixão e do amor.
Um dia porém, ele saiu pela porta. Tinham um olhar vazio e da sua boca apenas saíram palavras que tentavam, de alguma forma, confortá-la pelo fim de tudo. Ele se foi, e ela ficou...olhando-o pela janela que até hoje se encontra aberta à sua espera.

sábado, 5 de setembro de 2009

Não deixe para amanhã ...

Setembro chegou. Com ela surgem árvores floridas, repletas de cores e aromas. E para nossa felicidade, está nos presenteando com um feriadinho, abençoado pelo sol e um friozinho gostoso no final do dia.
Estou em casa. Não chego a estar de cama. Nem me foi solicitado isso. Mas, prefiro ficar quietinha pra não piorar.
"Mas o que aconteceu? Como aconteceu?" Perguntam-me ao passarem por mim, e verem meu andar travado, manco.
Pois bem, respondo: "Não sei!". Sei que há um mês atrás - começo de agosto - acordei num belo dia com uma dor no pé. "Ah!! Dei um mal jeito!" E assim ficou. No último sábado, depois de dançar que nem uma louca na pista, não conseguia mais colocar meu pé no chão. Tomei vergonha na cara e enfim, fui ao médico.
Lesionei o ligamento e terei que fazer fisioterapia...10...talvez mais se forem necessárias.
Tudo bem. Nada demais se formos pensar. Um pé se conserta.
Mas e a vida? Será que podemos consertá-la? Quantas coisas percebemos que não andam bem e, mesmo assim, não damos atenção? Achamos que tudo vai se resolver. "Deixa o tempo passar."
Isso acontece todos os dias. Nos incomodamos - e deixamo-nos sermos incomodados - por várias pequenas coisas. Podem ser aquela brincadeira sem graça todos os dias de manhã do seu colega de trabalho, um xingão do chefe com o qual não concordamos ou a falta de carinho e atenção de nosso companheiro. São detalhes "tão pequenos de nós dois", que com o tempo podem tomar proporções graves.
Quantas vezes deixamos a vida passar, levando-a nas "coxas"? Quanto tempo perdemos tentando acreditar que um dia "ele(a) vai mudar"? "Ah, ele só quis brincar!" Quantas amizades perdemos, simplesmente por um se afastar e o outro jamais querer saber o porquê.
O tempo cura tudo...diz um ditado. Será mesmo?
Muitas coisas se perdem no tempo. Cada tempo e um só tempo. Eu hoje, não sou a mesma de ontem, nem serei assim amanhã. Existem coisas que precisam ser resolvidas no ato. Não dá pra resolver em prestações, ou quem sabe numa promoção: "Compre hoje...Pague só depois do Natal."
Aprendamos a resolver nossos problemas, a fazer o tudo que é necessário. Façamos uma auto-terapia. O que está bom? O que me incomoda? O que depende de mim? O que depende de nós? Faça o que for preciso para que o incomodo de hoje não seja o problemão de amanhã. Não deixe o tempo passar. Afinal, até um osso quebrado depois de certo tempo...já torna o tratamento mais complicado. O tempo passa. Não deixe o que você não deseja em sua vida lhe acompanhar por tempo indeterminado. Não espere...o tempo passa, o tempo voa....

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ontem estava dando uma aula particular. Fiquei viajando com a menina sobre vidas extraterrestres. Na real, ela não entendia que ir à Lua, à Marte ou Saturno, não era a mesma coisa que ir a Capão da Canoa, de ônibus.
Difícil porém explicar tal coisa para uma menina de 11 anos. Mal posso dizer que compreendo de fato o que realmente significa um ser humano sair do planeta terra dentro de um foguete..e de repente estar pelo espaço. Onde a noção de tempo, espaço, gravidade ficam longe do que conhecemos. Alguém será que consegue mesmo ter a miníma noção disso, sem jamais ter ido à Lua?
Bem, a viagem de nosso papo foi até a questão: E tem gente que mora lá??? Não!! Não gente como a gente. E se houvessem, como seriam eles? E aí paramos pra pensar, Plutão é uma bola de gelo..seriam seus habitantes pinguins? Ursos polares? E em vênus?? Baratas gigantes para aguentar a temperatura escaldante? Doidera sem fim!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Em busca de inspiração

O sol lá fora brilhou intenso. Já faz tempo. As árvores estão todas cheinhas de florzinhas. É gostoso asentir o cheiro da flor de laranjeira, que nos abençoa com seu aroma nessa época do ano.
As crianças brincam nas ruas, com suas bicicletas e patins. Riem. Correm e gritam: "Esperem por mim!"
Os pássaros cantam nas praças das cidades e borboletas colorem o azul do céu.
Tudo perfeito. Tudo como deveria estar...Mas onde está a inspiração??
Nesse instante lembro do Romantismo. Oh poetas desta fase, que de tanto sofrerem de amor viraram célebres por seus poemas.
Não sei. Falta a pimenta necessária para temperar minha prosa. Falta a doçura dos teus lábios nos meus para amansar minhas palavras. Falta paixão para esquentar a alma da minha mente e deixar aflorar o mais belo dos sentimentos: o amor.
Sim, meu coração está vazio. Não, na verdade está cheio de um sentimento que talvez nunca tenha sentido: a liberdade.
Estou livre dos anseios dos corações apaixonados. Livre das algemas dos namorados ciumentos. Livre dos pudores morais. Livre...totalmente livre.
E tenho que dizer, que admitir. Estou gostando disso. Gostando de desfrutar da liberdade, como uma ave que voa pela imensidão do céu.
Mas, sinto falta da inspiração..

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sentimento engasgado

Queria saber por onde você anda,
bater na sua porta e pedir perdão.
Queria reviver aquele beijo,
que de tão intenso,
me deixou zonza caída em teus braços.

Queria poder te dar explicações,
que tirassem de ti o rancor.
Queria sussurrar ao teu ouvido,
que todo esse tempo que passou
Não te tirou do meu coração.

Queria te ter novamente, consertar meus erros
De uma época em que eu era diferente
E não sabia valorizar teu amor.

Queria tanto voltar no tempo
Ser menos impulsiva,
E muito mais companheira.

Queria não ter te abandonado,
Te ferido daquela forma.
Deveria ter guardado em silêncio
Aquele segredo,
Pois já não tinha mais volta.

Queria voltar a sentir tuas mãos,
Teu abraço envolvente
E por ti ser amada
Para mais que eternamente.



domingo, 23 de agosto de 2009

Fácil

Fácil...
Seria caminhar na multidão,
e não buscar teus olhos refletidos no meu.

Fácil...
Seria olhar para o telefone
E não querer ouvi-lo tocar
E logo em seguida
Sua voz escutar.

Fácil...
Seria não sentir saudades
das tuas mãos deslizando no meu corpo,
Acariciando meu rosto,
E me olhando amávelmente.

Fácil...
Seria não sentir meu coração
Batendo de forma descompassada
Como se de repente
O ar não entrasse mais pelos meus pulmões.

Fácil...
Seria não querer estar ao teu lado,
te esnobar a todo instante
E não deixar o sorriso transperecer
quando você aparece.

Fácil...
Seria não falar teu nome,
Não lembrar do teu rosto,
Nem do sorriso discreto
De quando nos beijávamos.

Fácil...
Seria simplesmente
Estar agora ao teu lado
Te beijar silenciosamente
E não pensar em mais nada.







quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pulou, abocanhou e saiu disfarçadamente...

Às vezes me pego supreendida com algumas atitudes.
Não falo de homens, mulheres, crianças ou velhos.
Falo apenas, de um pequeno animal. Um mamífero, da classe dos felinos: um gato, ou melhor, uma gata.

A gata específica a qual me refiro se chama Xica. Xica Caxixa é seu nome. Às vezes a chamo de "Nega".
Já tive um peixe beta: Surreal. Muitos lembram de seu nome. Alguns, ao ouvir a palavra surreal, lembram de mim. Durou 1 ano e 8 meses. Lembro que, numa quinta feira, antes de sair para trabalhar, vi ela com olhos levemente esbugalhados e descolorida. Quando cheguei e a vi...lá embaixo do áquario, chorei. Dizem que peixe não interage. Refuto essa afirmação. Ao chegar, e me aproximar ela sempre vinha "nadando" feliz.
Depois, tive uma rata de laboratório. Pink (numa lembrança ao desenho animado Pink e Cerébro). Brincávamos e eu ria muito com ela. Minha mãe não gostava do seu rabo. Viveu 2 anos e meio. Morreu no último dia letivo de 2007. Enquanto eu terminava as roupas para apresentação dos meus alunos...ela se retorcia dentro de sua gaiola. Não vi. Apenas ouvi. Depois me senti mal por não tê-la socorrido. Mas, o que fazer?
Minha mãe estava me visitando. Que sorte. Não consegui tirá-la da gaiola.
Depois de dois anos sem animal de estimação (tem gente que diz que rato e peixe não vale. Deixa prá lá!) eu e minha irmã decidimos pegar uma gata.
Seu nome, escolhido durante uma caminhada em torno do Iguatemi. Ia ser a Xica. Com "X".
Depois de alguns meses fomos ao seu encontro.
Era praticamente um rato. Todo encolhido, parecia sem forças. Seu irmão...vivo, "arteiro", corria pelo pátio. "Esse bicho não vai vingar!" Eu, "bichenta" como sempre, já queria trazer o trio. A mãe lindíssima e o pretinho...que mais tarde viemos a saber que era pretinhA. Minha irmã me conteve.
Em casa, não demorou muito para percebemos em que furada tínhamos entrado. Logo, a Xica começou a desbravar novos lugares. Se escondia. Fazia artes. Abria a porta do banheiro quando ocupado. Miava sem aparentes motivos. Teclava no pc.

Hoje, estou mais que apaixonada por esse pequeno bichinho. É como um filho. Dorme ao meu lado, enrolada nos meus braços, envolta no meu pescoço. É o amor da minha vida (e isso, não lembro de falar para ninguém...Apenas para ela...hehehe).

Ontem, deu um probleminha. O segundo na verdade. O primeiro foi uma sarna, logo tratada e já curada. Deu uma diarréia no bichinho. Tadinho! Fiquei pensando se ela teria cólicas assim como nós.

Agora estamos nós, em prontidão. Desde ontem à noite, ela não come. Só soro caseiro.
Agora à noite, minha mãe chegou com uns pães de queijo e colocou sobre a mesa. Enquanto eu e minha irmã estavamos no computador e minha mãe aprontava a comidinha para a Xica...ela...
Na sua pose de ataque tradicional, na espreita...pulou e abocanhou um pão de queijo e saiu rapidamente para o banheiro. Saí a sua cata correndo e quase não consigo vence-la. Há quanto ela já não nos olhava, cuidando se a atenção não ia sobre ela. Tadinha...perdeu o pão...mas vai ganhar um cardápio especial hoje. Ao invés de sua ração tradicional, hoje ela terá arroz e peito de frango desfiado. Eu mereço!!!!


Expressões muito utilizadas por mulheres

Não costumo postar cópias porém, recebi um email de uma amiga, que me pareceu clássico dentre as expressões que utilizo...E, pela falta de idéias (inspirações) para escrever, deixei-me levar pela preguiça...hehehe. Prá não ser a preguiça tão, tão grande, me detive a fazer pequenos comentários, em azul:

01 - "Certo": Esta é a palavra que as mulheres usam para encerrar uma discussão quando elas estão certas e você precisa se calar. Diria que é um "tá certo!", completando com "idiota", sem manifestação verbal, apenas em pensamento.

02 - "5 minutos": Se ela está se arrumando significa meia hora. "5 minutos" só são cinco minutos se esse for o prazo que ela te deu para ver o futebol antes de ajudar nas tarefas domésticas. Não costumo pedir pra esperar, nem dar tempo para o futebol. Como uma boa gremista, com certeza estaria ao lado torcendo. Já teve casos em que eu tive que pedir 5 minutos para terminar de ver o jogo. Odeio homens que não curtem futebol!!!

03 - "Nada": Esta é a calmaria antes da tempestade. Significa que ALGO está acontecendo e que você deve ficar atento. Discussões que começam em "Nada" normalmente terminam em "Certo". Essa é a mais certa de todas. Se digo NADA...sinal que o negócio não tá nada bom! Melhor ficar quieto, ou sentar e conversar.

04 - "Você que sabe": É um desafio, não uma permissão. Ela está lhe desafiando, e nessa hora você tem que saber o que ela quer...e não diga que também não sabe! Outra expressão perfeita da manifestação feminina. Praticamente vem acompanhada do "Você me paga!" Hehehe.

05 - Suspiro ALTO: Não é realmente uma palavra, é uma declaração não-verbal que frequentemente confunde os homens. Um suspiro alto significa que ela pensa que você é um idiota e que ela está imaginando porque ela está perdendo tempo parada ali discutindo com você sobre "Nada". Não precisa nem comentar. Perfeito!

06 -
"Tudo bem": Uma das mais perigosas expressões ditas por uma mulher. "Tudo bem" significa que ela quer pensar muito bem antes de decidir como e quando você vai pagar por sua mancada. Não utilizo! Jamais diria tudo bem pra algo que ficou mal resolvido!

07 - "Obrigada": Uma mulher está agradecendo, não questione, nem desmaie. Apenas diga "por nada". (Uma colocação pessoal: é verdade, a menos que ela diga "MUITO obrigada" - isso é PURO SARCASMO e ela não está agradecendo por coisa nenhuma. Nesse caso, NÂO diga "por nada". Isso apenas provocará o "Esquece").
Adoro sarcasmos!!! Odeio quando o ser não entende!!!

08 - "Esquece": É uma mulher dizendo "FODA-SE !!". Não teria como definir melhor!!!

09 -
"Deixa pra lá, EU resolvo": Outra expressão perigosa, significando que uma mulher disse várias vezes para um homem fazer algo, mas agora está fazendo ela mesma. Isso resultará no homem perguntando "o que aconteceu?". Para a resposta da mulher, consulte o item 3. Vai dizer que tem algo pior do que falar, pedir, mil vezes a mesma coisa, e NADA????

10 -
"Precisamos conversar !": Fodeu !!, você está a 30 segundos de levar um pé na bunda. Vero...A mais dura e cruel realidade! E olha que, depois de decidido, não tem Cristo que faça voltar átras.

11 - "
Sabe, eu estive pensando...": Esta expressão pode até parecer inofensiva, mas usualmente precede a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse... Nunca falei essa expressão com inuito negativo...se eu estive pensando...e chego falando dessa maneira, provavelmente é vontade de fazer algo...Nada demais...hihihi.


Bem que poderia haver um Dicionário Prático da Mulher. O mundo ficaria mais acessível. Mas os homens não ficam tão longe. Grande parte de suas falas, não têm o significado que parece ter. Alguém se manifesta??? Hehehe...


"Me dá teu telefone?" Pra que pedir o número do telefone, se não vai ligar?

"Eu não aceito traição!" Por que traí ?

"Você é maravilhosa!" Por que pula fora?

"Ela não me dá carinho! ou Faz tempo que a gente não tá legal!" Por que não larga a mulher?


domingo, 16 de agosto de 2009

O último romântico

Curtir a noite em bares e afins é um momento de análise do comportamento humano. Nos deparamos com tanta diversidade, que devemos manter a mente aberta.
Pensava que a era do romantismo havia chegado ao fim. Foi quando me deparei com a demonstração de fidelidade - dentre outros tantos adjetivos que poderia mencionar.
Nessas férias de inverno tive a oportunidade de vivenciar bastante a prática festiva dos finais de semana. Andei por tudo! Dos locais mais alternativos até os mais tradicionais.
Inicialmente me deparei com a postura nata masculina, onde o homem, como "caçador" naturalmente aceito pela sociedade, deve demonstrar sua masculinidade usando e abusando do corpo feminino. E aí, não preciso comentar muito. Estão todos acostumados a essa prática. Os típicos "machos", com seu peito estufado e olhares intensos, após "caçarem" a sua "presa", se enroscam e gozam da satisfação de "pegar" a mulherada.
Pior do que esse tipo de sujeito, que para mostrar sua masculinidade não mede os esforços, tem aquele cara que, não bastando a mulher que tem ao lado, precisa "pular a cerca" e verificar o que está ao seu campo de alcance. Ingênuo quem acredita que cabresto funciona nessas horas. Eles arranjam artíficios, olham, calculam e, se encontrarem espaço, atacam. A hora do banheiro, ou a ida ao bar para pegar a ceva, pode ser o momento propício - sem contar aquelas saídas com os amigos ou o jogo de futebol. Um acervo de "papos" para enrolar - tanto a oficial quanto a "outra" - podem ser utilizados caso haja haja necessidade ou por algum motivo, o "caçador" queira apreciar por mais um tempo sua nova"caçada".
Mas, contrariando a maioria, existe o romântico incurado - e aí o canceriano dá de 10 a 0 em todo o Zodíaco. Ele saí, curte a festa com os amigos mas deixa clara sua situação de "enlaçado". Os amigos debocham, riem, mas sua postura permance firme. Ele não tem vergonha de admitir que ama a sua escolhida. Que ela o está esperando e que a cumplicidade e a honestidade fazem parte da sua relação. É um verdadeiro Príncipe Encantado, mas espero que não seja o último romântico - pelo bem da Humanidade e o meu também!
Nota: Com certeza existem amostras de "último romântico" dentre os demais signos do Zodíaco.
Postagem em homenagem ao último final de semana das férias (Foi pra fechar com chave de Ouro!! Perfeito!!)
Lucinha, valeu!!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eu queria

Eu queria que o tempo parasse,
Ou melhor;
Queria que meus pensamentos parassem de me levar a você.
Queria esquecer do passado,
E do quanto fui feliz ao lado teu.

Eu queria parar meu coração,
Quando ele começa a bater tão forte que me tira o ar.
Eu queria poder parar de dormir,
Pra não te ver nos meus sonhos sendo feliz.
Eu queria ter uma máquina do tempo,
Voltar ao dia em que te machuquei,
E consertar todos os erros meus.

Eu queria te dar a chance,
De conhecer a mulher que eu sou,
E não o que fui antes.
Eu queria...

O que fazer?

O que fazer...
Se pensar em você basta para o meu corpo pulsar de desejo?
Se te querer, é pecar contra os dez mandamentos?
Se te ver, é desejar ter tua boca tocando a minha?
Se falar com você, faz querer dizer o que sinto?
O que fazer?
Se quando vejo tuas mãos, quero também sentí-las em meu corpo?
Ver teu suor, é querer sentí-lo empregnado no meu cheiro?
Olhar teus olhos...é um desejo imenso de me ver refletida?
Te abraçar...é querer sentir em ti...o prazer que me alucina?
O que fazer?
Se de ti não posso mais esperar nada?
Se as palavras ditas, hoje não ecoam mais?
Se o que foi escrito, hoje não faz mais sentido?
Se de ti já não tenho mais..o amor que eu tinha?
O que fazer?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pisando em Galhos

Hoje o sol brilhou mais forte do que habitualmente. Estava intenso. Depois de chuvas sem tréguas, o sol nos encantou esquentando nosso corpo e o ânimo.
Passeamos por um parque, e enquanto caminhava pisava em galhos. Veio a ideia de escrever.
Pisar em galhos? O que tem isso de tão especial? Entrei nos meus delírios...
Galhos são os membros das árvores. Eles são os responsáveis por segurarem seus frutos e folhas.
Esses mesmos galhos fazem suporte a morada de pássaros...que nos encantam com seu canto.
E assim como as rugas vêem acompanhar nosso rosto, para manifestar o tempo que passa, vemos as árvores se tornarem fracas...e seus galhos caírem.
Seus galhos cumpriram sua função. Foram companheiras de folhas que nasciam e cresciam. Que passavam do tom verde ao amarelado do outono...das frutas que brotaram e amadureceram para saciar a fome daqueles que se propusessem a pegá-las.
Será que quando nos "desgarramos" de alguém, é pelo simples fato dela ter cumprido sua função? Poderemos reatar algo que, assim como um galho, foi pisoteado, quebrado e deixado abandonado, sem a alegria das cores e dos cantos dos pássaros?
Tenhamos atenção aos "galhos" que cultivamos...e abandonamos pelos caminhos. Não os deixes cair, sem antes ter a exata certeza de que não mais precisaremos deles.
Piso em galhos...e penso em você...que fez parte de mim...e que tanto queria ter novamente...Possibilidades?...Esparamos a próxima estação...

domingo, 9 de agosto de 2009

Aproveite a chuva

Algumas dicas para aproveitar o fato de que lá fora...São Pedro decidiu chorar todas as suas dores e você acabou trancado em casa durante todo o final de semana:

1) Arrume o roupeiro. Coloque o que você não usa por mais de 2 meses em uma sacola e passe adiante. Alguém pode estar precisando muito mais que você.
2) Pegue aquele livro que você ganhou e nem lembra mais quando e de quem. Leia. Desfrute do poder da sua imaginação, e já que não pode sair na rua, viaje em pensamento!
3) Sabe aquele filme, que há tempos quer assistir e pela correria do dia a dia não conseguiu ir no cinema? Aproveita e chama uns amigos, compra uma pipoca e se divirta - e sai na economia.
4) Lembra as tantas vezes que você reclamou que queria dormir e não podia?? Durma até o colchão te expulsar pelas dores nas costas.
5) Tome um banho bem quente, faça um chocolate quente caprichado e deite-se (se tiver companhia, aproveite para fazer um carinho e fazer planos para as férias de verão.
6) Aproveite para conhecer todos os canais disponíveis na sua TV...vais gastar poucos minutos...hehehe.
7) Torça para que algum canal da TV paga tenha sido liberada e aproveite.
8) Peça uma pizza e coma de pijama deitada na cama e vendo um filme.
9) Aproveite para limpar sua caixa de e-mail. Responda àqueles que sempre te mandam e você só deleta.
10) Veja as novas fotos de seus amigos do orkut, comente e fique sabendo as últimas novidades.

Enfim...complemente sua lista da melhor forma. Beijos...e torceremos pelo Sol!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Andei Pensando

Fiquei pensando na frase "Ninguém (nada) é insubstituível".

Quem poderia substituir o inexplicável amor de uma mãe?
Quem poderia substituir a intensidade do primeiro amor?
Quem pode substituir a espectativa do primeiro professor?
Quem pode substituir um filho que parte?

Eu posso trocar a marca do arroz.
Eu posso trocar a marca do creme dental, do perfume, do xampú...

Pessoas não são substituíveis...cada uma ocupa um espaço especial...e deixará para sempre sua marca...inigualável. Você jamais poderá substituir uma pessoa.

Experiências vivenciadas são únicas. O que você vive com determinada pessoa, jamais será vivenciada da mesma forma com outra.
Cada pessoa que passa..tem um jeito, uma cor, um colorido, um perfume especial.

Cada pele vai trasmitir uma sensação especial.
Cada sussurro tem uma reação na pele.
Cada abraço...um sentimento.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Despedidas

Há quatro anos atrás, nessa época, meu avô estava internado no Hospital. Era a segunda vez no ano, que ele precisava ficar lá.
Na primeira vez, nas duas semanas em que ele ficou hospitalizado, umas delas acompanhei ele. Saia da escola, passava no clube onde nadava, pra relaxar a mente e o corpo e ia para o hospital. Acompanhar meu avô durante aqueles dias, foi uma superação para mim. Logo eu que, até para visitar uma amiga que havia dado à luz, havia desmaiado no hospital.
Aquele ambiente, sombrio, me causava arrepios. Afinal, por que hospital tem que ser um lugar tão mórbito? Uma construção antiga, pé direito extremamente alto. Tudo escuro. O elevador, me dava medo. "Quantas pessoas ali passaram, vivas e mortas?"
Bem, para mim, o medo foi vencido pelo maior sentimento que existe: o amor. Meu avô foi meu pai. Foi aquele que me acompanhou à praia nas férias enquanto a mãe trabalhava, quem comprava picolé, quem me levava sempre para ver os filmes. Foi com ele que aprendi a amar cinema (Que saudades dos tempos dos cinemas na Rua da Praia). Foi com ele que aprendi a amar futebol. Sempre ligado no radinho de pilha. Escutava jogos que, acredito, deveriam ser da Série A, B, C, D, E..e quantas mais houvessem. Com ele entrei na primeira vez em um estádio de futebol. Era um grenal...mas não vamos comentar o resultado. Lembro que eu gritava: "Juíz ladrão!!". Uma pirralha de uns 6/7 anos de idade. Meu avô, muito calmo, sempre mandava parar, afinal, estávamos em campo inimigo.
Lembro a única e rara vez, em que ele "perdeu" a calma comigo. Eu, pulando em cima da cama, quebrei-a. Ele, me deu uma chinelada. A chinelada mais amada que já recebi. Eu amava meu avô. E dentre as pessoas que para mim, eram Super-Homens, ele era o mais forte, o mais poderoso e imortal.
Mas, havia chegado o momento, de retribuir a ele, todo o afeto, a atenção que a mim, a única neta por 8 anos, foi dado. Eu jamais abandonaria ele. E mesmo da segunda vez, quando não havia se quer um espaço para me acomodar, eu fiquei ao seu lado. Em pé eu rezava, e ao mesmo tempo...reprovava a ação divina, que não me dava ouvidos.
Quando meu avô faleceu...enquanto meu mundo desmoronava...meus alunos me levantaram. Jamais poderia deixar de lembrar daquela turma de 3º Série que acomponhou comigo a tristeza da perda.
Hoje, tanto tempo depois dele ter ido, ainda sinto a sua presença. Ele está comigo, nos meus sonhos, nos meus pensamentos, ou na simples imagem daqueles velhinhos, gordinhos, de chapéuzinho na cabeça e óculos no rosto.
Sinto saudades...mas sei que você está bem, aproveitando essa "viagem"... e sempre, cuidando de nós. Eu te amo!