quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vivendo

Eu não tenho a mínima noção de onde vou parar. Na verdade, nem quero saber.
Quero ser levada pelo movimento rebelde das ondas do mar. Quero ser modulada pelos ventos a me empurrarem para bem onde entenderem.
Quero simplesmente seguir a maré. Curtir os sons da natureza e as cores únicas que percebo nos céus.
Quero respirar os aromas das flores, dos frutos e das cascas das árvores. Quero tingir meu corpo das cores das folhas do outono.
Quero ser brisa, ser mar...quero ser céu. Simplesmente sem limites, sem regras. Sem esperas.
Quero correr sem rumo, apenas seguindo a intuição. Seguir por caminhos incertos, porque na vida, não há certezas...apenas experiências; positivas ou negativas.
Então vou seguindo...um passo de cada vez. Se eu tropeçar, erguerei minha cabeça, olharei para os lados e, novamente em pé, tornarei a buscar. O quê? Paixão, amor, loucura, tesão, sabedoria, alegria, sorrisos, lágrimas...tudo e nada. Apenas o que vier!

sábado, 24 de outubro de 2009

Amadurecer

Não lembro bem quando, nem onde. Ah!!! Acabei de lembrar. Foi num e-mail que recebi falando sobre a mulher madura. Ali encontrei algumas palavras que descreviam exatamente a situação em que me encontro.
Não estou querendo dizer que acredito que hoje sou totalmente madura. Acredito que maturidade é algo constante. Diferentemente de uma maçã que, quando amadurecer, se desprende dos galhos, cai ao chão e apodrece, nós, seres humanos, podemos vivenciar ao longo da vida vários amadurecimentos. Pelo menos é assim que me percebo. Que sinto como mudei.
Hoje, não sou a mesma Bruna de tempos trás. E já fui muitas Brunas. Com certeza!! Quem conheceu a Bruna num tempo anterior, e por tempos distante ficou, talvez se surpreenda com a diferença. E já escutei isso!
Gosto desta sensação. Espero que ela me acompanhe até o ultimo suspiro, pois sinto sede de trasnformação. Não quero "aquela velha opinião formada sobre tudo", parafraseando Raul. Quero a reflexão sempre. E gosto quando alguém me permite o silêncio. Não me calo por não ter argumentos. Me calo para degustar as coisas. E gosto! Tão raras são essas situações. Nem todos conseguem me tocar de forma a me levar para o mundo das ideias, do ato de filosofar.
E assim estou. Flutuando, sublime. Pensando na vida, nas coisas. Nao busco respostas - não as quero agora. Busco apenas a mente inquieta, que me move...e me permite sempre, e cada vez mais...amadurecer!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Veneno na alma

Não gosto de como me afeto com as coisas. De como coisas que deveriam ser insignificantes tomam proporções alarmantes. Invadem meu corpo, e o pior, a minha mente, como veneno. Entra e se espalha e vai contaminando...parecendo quase fatal. Não gosto de palavras envenenadas. Palavras que saem da boca, com sei lá quais interesses, e chegam na gente com a força de uma flecha, que feri nosso coração. Talvez, esse seja meu grande tendão de Aquiles... palavras envenenadas...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia do Professor

Hoje é Dia do Professor. que professor é esse que vemos por aí?
Ainda trago na memória a lembrança de alguns professores. Naquela época costumávamos chamá-las de "Tias". A cada início de ano, um cartaz na porta da sala de aula indicava o nome da nova professora. Foram muitas "Tias" ao longo dos meus primeiros anos de vida escolar. Tão difícil foi, ao chegar na quinta série, abandonar o vício dessa nomenclatura, hoje tão abominada por diversos pedagogos.
Guardo nas lembranças, cada rosto meigo que me ensinou a escrever e a ler. Que me ensinou a usar as palavras corretamente e a tentar olhar para frente - ao invés de ficar viajando, olhando para os colegas.
Lembro dos professores queridos, dos seus sorrisos, e de suas temerosas convocações, solicitando a presença de minha mãe.
Apesar de nunca ter sido uma aluna nota 10, guardo com carinho, no meu coração, o tempo de escola.
Não sei exatamente quando pensei em ser professora. Nas redações escolares, sempre mencionava ser professora, dentre tantas outras opções profissionais. Hoje, tão raras são as crianças, que ao serem questionadas, respondem "Ser professor(a)!". Bem pelo contrário, a maioria diz que jamais gostaria de ser professor, porque teriam de aturar os alunos, as gritarias e a falta de educação. Que péssima imagem têm de sua própria postura.
Hoje, ser professor, é ser um utópico, um sonhador. É almejar um mundo novo, que parece tão impossível. É lutar contra os baixos salários, a falta de rspeito dos alunos e também de seus pais.
É lutar contra todas as dificuldades estruturais, governamentais e emocionais para ter uma boa aula. É buscar atingir a todos, mas se alcançar a um ou dois, já satisfazer-se.
Sou professora. Almejo ser uma educadora, uma mestra. Alguém a quem meus alunos possam ter orgulho e inspiração.
Sinto-me feliz quando, no meu msn, aparece um antigo aluno me pedindo auxílio. Não na matéria de sala de aula, mas sobre coisas da vida. Sinal que passei alguma coisa bacana e que para ele, minha opinião é válida.
Não me satisfaço mensalmente, ao ver meu contracheque, mas vibro e choro quando percebo um aluno vencer seus maiores obstáculos...seus próprios medos e inseguranças. E sempre que o cansaço toma conta do meu corpo, olho para seus rostos - tão angelicais e serenos - e no brilho dos seus olhos - ou nos "Eu te amo" que escuto - encontro a felicidade e a paz, pois tenho a certeza de que estou trilhando o caminho certo.
Aos meus alunos, que fizeram parte da minha vida, e que me deixaram tantas marcas felizes, eu digo: Amo vocês! Vocês são a razão da minha vida, pois são vocês que a fazem realmente valer a pena!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Às vezes não são necessárias palavras para que possamos compreender - ou ver - o sofrimento nos outros.
Quando duas pessoas se conhecem, ou se têm um laço forte, seus olhos se comunicam.
São nesses momentos, quando olho teus olhos, que sinto uma tristeza vindo do fundo do meu coração. Me dói na alma saber que você não é (está) feliz. Que tenta, de todas as formas, esconder dos demais a tristeza que cultivas no peito...e na mente.
Não basta sobreviver na vida. Ela é tão curta. Mal sabemos nós com qual velocidade ela se despedirá de nós. Então, por que viver cultivando dores, sofrimento e mágoas em nossos corações?
Te quero feliz! Sentir nos teus olhos a felicidade! E poder terminar meu abraço, sem dor no coração!

sábado, 10 de outubro de 2009

Doces suspiros

Hoje teu cheiro ficou no meu corpo. Você marcou forte. Marcou de um jeito gostoso, macio, terno. Não me entregar de corpo e alma é apenas uma forma de me proteger. Ou tentar! Me proteger dos perigos que o amor pode nos trazer, quando deixamos nossa mente descansar, e o coração mandar.
Gosto do jeito que me olhas, e como tentas me persuadir. Gosto do jeito que tu me beijas, e me fazes suspirar. Isso é difícil. Não é sempre que isso acontece.
Boca, língua, pele. Mãos, calor, cabelo, pescoço. Teus lábios nos meus. Tua saliva na minha boca. Satisfação.
O coração bate mais forte. Eu gosto. Gosto do que sinto. Gosto, simples e puramente.
Vamos deixar as coisas acontecerem e aproveitar essa sensação gostosa. E deixar teu cheiro em minha pele, enquanto a fragância fizer meu coração acelerar e eu permancer a suspirar...Suspiros, doces suspiros de paixão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mente - e Corpo - Inquieto

Sempre gostei muito de ler. Desde criança, na biblioteca da Escola, chegava a me debruçar no chão e a ficar lendo ali mesmo. A Tia Darci -que saudades! - , sempre tinha uma boa indicação.
Lembro que no início de minha vida escolar, retirava emprestado uns livrinhos pequenos, de capa e folhas duras. Era uma coleção, de um meninho gordinho. Ali, a autora ensinava a tomar banho sozinho, dormir sozinho. Bem coisa de criança!
Mais adiante comecei a ter interesse por mitologia. Li todos que haviam na biblioteca. Ler sobre os heróis gregos me fascinava. Tive a fase dos poemas e depois, das histórias de romance, perfeitos para adolescência. Diariamente estava eu encostada no balcão da "Tia" retirando um novo livro.
Na época do segundo grau lembro-me de minhas leituras decaírem. Eu lia bastante, mas não livros inteiros. Alguns poucos, que lembro ter lido nessa época, foram de autores famosos da pedagogia, como Paulo Freire. Foi nessa época também que li minhas primeiras obra mais densas.
Na faculdade minhas leituras se resumiram há muita História, Teoria e Filosofia. Nesta época, abandonei de vez a literatura e digo que, após, tive muitas dificuldades em ler obras mais "suaves". Só parei por recomendação da psicóloga: "Tu pensa demais! Não pode ficar lendo Nietzsche!". Ok! Tempo para a Filosofia.
E então, quase que de forma obrigada, comecei a partir para novas leituras, mais suaves, relaxantes; e passei a diversificar meus temas.
Hoje estou com uns 5 livros na cabeceira da cama. Mais uns 3 dentro da gavetinha, também ao lado da cama, para nem precisar recorrer à estante. Todos em leitura. Um dia um, depois outro. E tenho curtido entrar numa esfera de auto-conhecimento.
Tenho gostado muito do mais atual, que retirei na biblioteca da escola. Não mais com a "Tia Darci" mas, com a colega de trabalho.
Mentes Inquietas, fala sobre pessoas com DDA - Déficit de Atenção. Sempre imaginei que era uma. Depois da leitura, acredito que tenho 99% de chances de ser. E aí, descobri que a mesma deficiência que me deixa tão no mundo da lua, pode ser também responsável pelo meu gosto pela leitura, e principalmente, pelo escrever.
Sempre me senti tão intima de um lápis e de um papel. E na era do Blog, nossa!!! Que maravilha! Vomitar no teclado tudo que se passa na minha cabeça, e que tantas vezes, tenho tanta dificuldade de expressar.
O mundo seria bem interessante se mais pessoas tivessem Déficit de Atenção... Pois nossa capacidade de viajar mesmo estando no mesmo lugar é muito bom! Nossa criatividade supera todas as aparentes dificuldades.
Tão raras são às vezes em que consigo me desligar dos problemas, parar com o pé chato e me focar em algo. É lendo - e escrevendo - que tudo parece ficar mais calmo, tranquilo. Os problemas vão diminuindo de tamanho e os sonhos crescendo! Eu leio, escrevo..e no fim...me perco de mim novamente!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Será?

Será que a solução
É abrir mão de tudo?
Deixar de sonhar
De querer
E buscar?
Será que no fim
Nada é certo
Não existe paixão
E o que esquentava meu peito
Era apenas alucinação?
Por que a sorte
Num piscar de olhos
Pode virar o azar?
Por que o encanto se quebra
Como vidro estilhaçado ao chão?
Por que o sorriso abre portas
Às lágrimas que correm em vão?
Por que não posso retribuir
O carinho que me deste
Por que não posso sentir
Você perto de mim?
Será que tudo é ausência?
Será que tudo é solidão?
Será que o sofrimento
É o único a me dar a mão?
Será que o tempo deixa a gente amarga
Descrente de alegrias
Ausente de paixão
E morta para a vida?
Será que te dou as costas?
Será que não entendi as palavras?
Será que tudo foi utopia?
E você se foi sem ao menos me dar um abraço?
Será...será....

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(In)Certezas

Às vezes fico buscando as certezas
E quanto mais as persigo
Percebo que elas,
Não existem.
Não sei se permaceço nessa caça,
Nessa procura sem fim.
Não sei se na vida,
Tenho que alcançar isso pra mim.
Certezas, o que são elas?
Que garantias podem me dar?
Se na vida,
Tudo é imprevisível?
E o ser humano, muito mais!
Queria garantir minha felicidade
Tomar apenas
Os caminhos corretos.
Caminhos garantidos,
Para a felicidade eterna.
Queria ter a certeza,
Nas escolhas feitas,
Que tudo terá um final feliz.
E se assim não for,
Sinal de que não foi o fim.
Queria saber se você é o cara certo,
O príncipe-sapo às avessas.
Queria saber se meu limite,
Está no paraíso ou no inferno.
Queria saber se aquela lágrima foi a última,
E que este sorriso jamais saíra da minha face.
Queria saber que aquela foi a última pedra do caminho,
E a última lágrima que meu rosto molhara.
Certezas, tão incertas...
Jamais saberei ao certo
Mas uma única me conforta...
Não tenho limites para sonhar,
Não tenho limites para querer.
Sei que poderei lutar,
sei que poderei resistir.
E quando as forças me faltarem,
E tudo parecer perdido,
Terei a certeza,
Que tudo nesta vida é incerto...
Até mesmo certezas, tão incertas.