terça-feira, 30 de março de 2010

Saudades


Sempre fui uma pessoa sem saudades. Não sentia saudades das coisas que haviam passado, pois elas não me traziam boas recordações. Não sentia saudades de ninguém, porque acreditava que, se elas tivessem ido embora, era porque realmente não haviam importância.
Hoje, tenho na minha memória pequenas lembranças de sentir a saudade. Mas aquela saudade doida mesmo, que deixa o coração apertado, sufocado. Que tem vontade de correr e gritar o nome da pessoa, como se assim, ela pudesse escutar e vir até meu encontro.
Infelizmente...essas poucas vezes...parecem ter sido saudades eternas...que pra sempre vou sentir.
Parece impossível reatar aproximações, sentí-las novamente perto de mim.
E aí me pergunto: Será que elas souberam? Melhor, será que eu soube?
Será que eu soube demonstrar meu amor, meu carinho, meu respeito e admiração?
Será que nas vezes que estivemos juntos eu consegui transmitir aquilo que minha mente e meu coração gritavam dentro de mim?
Tenho medo da resposta. Tenho medo...de mim. Porque dentro da minha mente ecoa uma vozinha dizendo: "Bruna, teu tempo passou...agora nada mais é possível!"
Sinto saudades... Pela terceira vez é aquela de doer...talvez a quarta...
Saudades do que? De quem?
Saudades da presença...do sorriso, do olhar, do toque, da palavra...Saudades...de mim...de você...Saudades...

domingo, 28 de março de 2010

Uma viagem...

Te encontro pelo Mundo...

Te encontro pelo mundo...
nas gotas da chuva que lembram você
no gesto carinhoso dos namorados no portão
no suspiro caliente do pós beijo.

Te encontro pelo mundo
a cada passo que dou
e busco teu rosto pelas sombras da multidão.

Te encontro pelo mundo
Oh felicidade esperada...
que parece estar tão ausente
e nem sei porquê se foi.

Te encontro pelo mundo
Ontem, hoje, quem sabe amanhã?
Pois sempre estarei te esperando
E seja como for.

Te encontro pelo mundo
Verdade escondida
Mentira revelada
Inveja despejada
Sorte roubada.

Te encontro pelo mundo
Tu? Quem sabe eu mesmo
No mais distraido dos lampejos
Memórias escondidas
Folhas rasgadas
Jogadas ao vento...
Te encontro...

Tempo

Ainda há tempo para paixões?
Sinto falta da respiração ofegante, dos abraços apertados, do carinho gostoso, do beijo na testa, das brincadeiras bobas, dos amassos nos cantos, do companheirismo, da mensagem de "Boa noite" e de "Bom dia"... Saudades disso tudo...e muito mais!!!

domingo, 21 de março de 2010

entre quatro paredes

Entre quatro paredes
Paredes que parecem muralhas
Presa estou.
Sinto sede, sinto fome
Desejo...
Mas meu corpo está pesado demais.
Mesmo assim
Nada impede a viagem
Nas minhas lembranças
Elas me carregam
Para onde não quero ir.
Não respiro...
Não ouço...
Não falo...
Não sonho.
As paredes me condensam
Num espaço cada vez menor.
Falta o ar...
Sobra a escuridão.
A vida parece suspirar...
seus últimos suspiros...
Suspiro entre quatro paredes
Ausentes de mim
Longe de mim
Sem fim.

sábado, 20 de março de 2010

Só...

Mais um dia passou...mas a dor é a mesma.
Um vazio na alma...
A cabeça cheia - mas não sei do que...
O estômago embrulhado...
A lágrima rolando.

Me sinto só...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vida e Morte

Coração apertado. A semana foi pesadinha. Tanta coisa ruim aconteceu.
Algumas coisas eu já havia sentindo estarem mal há algum tempo. Outras, são acontecimentos que não têm retorno, solução ou possibilidade alguma a não ser aceitar. Bem, não sei exatamente se alguma delas tem solução.
Há um tempo atrás já estava chateada, magoada por achar que tinha perdido, de uma tacada, o rolo e o amigo. A frase mais usada, ou sentida melhor dizendo, durante esses primeiros 3 meses do ano é " perder o ficante não dá nada, mas o amigo, não dá". Pior ainda é quando a gente sabe que as coisas vão acontecer assim. E aí fico pensando...qual seria a motivação: falei besteira/fiz/não fiz alguma coisa, ou simplesmente, perda de interesse (a mais propícia, ou "menos pior" alternativa para mim? Bem, eu realmente não sei se isso tem algum tipo de solução.
Daí...continuando...
E aí entramos num assunto sério, não que o de cima não seja, afinal, as relações interpessoais são essencias para a vida. Bem, falamos então, da morte. Foram duas no mesmo dia. A esperada e a surreal. A doença e a fatalidade. O velho e a jovem. A doença e o acidente. O que dizer? O que pensar? O que falar? Nada a declarar. Apenas a sentir. Um tormento na cabeça, um vazio na alma, um questionamento que não encontra resposta. Tudo junto e misturado.
Pra fechar a noite...o único questionamento que eu fazia há tanto tempo...é respondido...resposta que eu não queria ter ouvido... dor.
O que tirar de tudo isso? Na vida ou na morte somos tomados de dor e felicidade. Na morte? Felicidade? Talvez a única forma de encontrar conforto (ou pelo tentar que seja), é pensar nas vidas que serão salvas pela morte de um.
Difícil viver...morrer...tanto quanto.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Tempos

Queria não pertencer ao passado, ou quem sabe...que ele não pertencesse a mim.
Queria viver o presente, e que nele, as histórias passadas não causassem um efeito dominó em mim.
Você, meu passado tão presente...
Seria eu, um passado presente em ti?

domingo, 14 de março de 2010

Ausência

Me sinto ausente do mundo. Parece que não faço parte dele.
Olho para as pessoas e elas parecem tão estranhas. Não me dizem nada. Não fazem sentido algum na minha vida.
O que mudou?
Eu mudei?
Eles mudaram?
Mudou o mundo ou os meus olhos?
Me sinto fria e dura perante todos. Não os quero por perto...mas quero presença.
Do quê?
O quê?
Por quê?
Interrogações presentes...
Conclusões ausentes...

sábado, 6 de março de 2010

Suspiros...

Cheiros exalados
Suor na pele
Pele quente.
Suspiro forte,
Marcante...
Desejos.
Boca molhada,
Boca seca,
Mordidas.
Língua...
Na pele
Na boca
No seio.
Mãos fortes...
Pegam
Rasgam
Puxam.
Delírios...
De ter
Te ter
Querer.

Bruna, a Estranha

Hoje acordei me sentindo estranha. Não sei exatamente como. Acho que é peso na consciência, por alguns motivos.
Na verdade nem consigo pensar direito sobre o assunto, pois parece que a cabeça está vazia e cheia ao mesmo tempo. Algo parecido com aquele dilema "o copo está meio cheio ou meio vazio?" E não tenho a resposta para essa pergunta.
Meu eu ético voltou com força total nesse dia de sabado quente e abafado dentro do apartamento. Me questiono sobre minhas atitudes; se estão ou não em sintonia com o que acredito ser certo ou errado.
Fazia tempos que não me sentia assim. Mas, felizmente ou não, é um sentimento que vez ou outra me assolam.
Olho pra minha gata, atirada atrás de mim, dormindo sem problemas ou questionamentos. Mas, se me mexo, ou vou em sua direção, ela me olha e lança um miado...Seria a resposta às minhas perguntas? Seria um puxão de orelha por estar fazendo algo errado?
Quantos devaneios passam na mente de um ser em questionamento, ou melhor dizendo, com a consciência pesada.
Para grande população seriam pensamentos que jamais os afligiu. Quem fica se perguntando se algo que lhe faz bem de imediato poderia interferir de maneira negativa? O que importa é o ganho fácil. O prazer instantâneo que lhe faz feliz. Ah Bruna...és uma estranha perdida em um mundo estranho...estranho para ti. Vou fazer minhas malas e ir para algum lugar onde os anseios/tormentos não me alcancem. Vou mudar de mim...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Antes, durante e depois...

Dizem que no sexo, devemos dar atenção às preliminares. Pois então, no amor, devemos ter atenção ao depois. Ao descanso que vem depois do suor correr o corpo, após o extâse fulgaz que grita ao mundo. É isso que procuro. Não quero apenas a busca...quero o encontro. Não quero apenas o estremecer, quero o adormecer ao lado. Não quero apenas o gemido, quero o sussurro do "Eu te amo". Eu quero mais...mais do que a pele pode manifestar, mais do que a respiração pode ofegar. Quero sentimento de plenitude, do encontro das almas que se fazem uma...