sábado, 13 de outubro de 2012

Que descanse em paz!

Quando eu tinha 18 anos tive um namorado. Ele era mais novo e eu, um tanto estouvada.
Por motivos que não veem ao caso neste momento - não me interesso em contar a história deste amor que acabou mau, acabei traindo o dito cujo.
Nova, insensata, achava que tinha que dar o troco pelas faltas cometidas. Obviamente, o namoro não perdurou por mais muito tempo.
Muitos anos depois, após sofrer de amores nas mãos de um bruto (sim, bruto é o termo perfeito para o tal) reencontrei o amor da adolescência e obviamente que, comparado ao bruto, o outro era perfeito. Suas ações, apesar de infantis, nunca haviam me maltratado, sido cruéis comigo. A partir daquele momento idealizei um sentimento, um amor e uma pessoa que tão pouco existia.
Ok, o que quero dizer com isso??
Quantas vezes idealizamos as pessoas, as vivências passadas. É a mesma história de dizer que no nosso tempo de infância as coisas eram melhores do que hoje.
Temos uma necessidade imensa de viver uma nostalgia. Idealizamos coisas, pessoas, tornando tudo que passou, melhor do que temos no presente. 
E nessa prática incessante acabamos por não viver o presente. Deixamos as melhores oportunidades de nossas vidas irem embora.
Quantas pessoas passaram por mim e eu deixei ir embora achando que devia esperar, estar a disposição daquele carinha que há muitos anos atrás eu havia percebido que não tinha nada haver comigo... apesar de amá-lo; ou assim pensar.
Minha história é um exemplo...mas quantas vezes escutamos essa mesma história repentindo-se com as mais variadas pessoas, em todos os tempos.
E não bastando isso, quando o cara jogou na minha cara que eu tinha sido um monstro por tudo que tinha feito com ele (trair + acabar), coloquei o "chapéu" na cabeça e a partir daí, me culpei por toda a amargura que ele havia guardado no coração.
Além de perder o tal "amor da minha vida", assumi uma culpa exagerada e a pena; imposta por eu mesma: viver para sempre sem amor.
Levei 7 anos pra cair na real... Se contarmos desde os 18 anos foram exatos 12 anos, reprimindo sentimentos, expulsando as pessoas da minha vida, construindo muralhas na minha volta. Não me permiti ser amada, muito menos amar.
Por que somos seres tão severos com nós mesmos? Por que nos torturamos mais do que a prórpia vida, já repleta de perdas e ganhos, vitórias e fracassos.
Disso tudo, só segue uma dica, a que eu recebi e que me fez ao mesmo tempo cair na real... Se você realmente acredita que algo ficou para trás e que é possível resgatar, vai atrás. Vamos!!! Agora!!!
Pois é, quando falaram para que eu fosse atras do tal amor me dei conta que nem eu nem aquele garoto que eu havia namorado existiam...e o pior... percebi que, se ele não foi capaz de me perdoar na época, qual o significado de perdoar neste momento?
Nossas vidas andaram...cada qual construiu seu caminho e com certeza, se eles não se cruzaram até agora, era porque não devia ter acontecido.
A vida é curta. Não devemos deixar de viver o presente pensando no passado. Ele já morreu. E assim como fizemos com as pessoas que deixam esse mundo, devemos deixar o passado descansar em paz. Manter nossas energias ligadas em coisas que morreram só faz com que não consigamos nos desapegar e viver a vida. Bola pra frente!

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