sábado, 12 de setembro de 2009

Conto III

Joana era uma mulher de seus trinta e poucos anos. Bonita e inteligente, era independente e isso sempre a atrapalhou. Sempre teve em mente que, de certa forma, sua atitude fora dos padrões esperados pelo sexo masculino, a atrapalhavam de muitas formas.
Primeiro, parecia que sempre atraía os tipos errados. Caras que com ela acabavam por sentirem-se inferiores, seja pela posição profissional que ocupava ou pelo seu intelectuo. Segundo, parecia que ela sempre assustava os "bonzinhos", por pensar nas relações como algo onde, enquanto tudo vai bem, "Ótimo!", quando não vai mais, "Tchau!".
Enfim, ela vivia um momento diferente. Não estava preocupada em manter nenhum tipo de relação, e pouco lhe importava se tivesse ou não alguém para recorrer nos momentos de carência.
Joana estava certa de que, aquele era o momento dela. Estava preocupada em cuidar do seu corpo e principalmente da sua mente. Deveria estar atenta porque sua intuição lhe mandava sinais de alerta. Algo de supremo iria lhe acontecer e paixões avassaladoras não eram a sua meta.
Um dia, acordou diferente. Se olhou no espelho e viu que sua pele estava radiante. Os cabelos pareciam mais belos do que na noite anterior. Sua face estava serena. Escolheu uma roupa mais caprichada, colocou um brilho nos lábios e pintou os olhos. Usou seu perfume de sempre. Pegou a bolsa, a chave do carro e saiu.
O dia passou dentro de sua normalidade. Ainda sentia no peito uma sensação gostosa, de algo bom que viria a acontecer. Seu turno de trabalho chegava ao fim e já se ajeitava para voltar para casa.
A noite estrelada convidava para um passeio. Deu algumas voltas pelo calçadão e sentiu a força da lua em seu corpo. Seu brilho a fascinava! Parou um pouco, desceu do carro e sentou-se num banco. Tirou os calçados e deixou seus pés sentirem a areia, aquela hora já gelada e úmida. Desligou-se do mundo.
Ficou ali mais alguns instantes. Viu alguém se aproximar. Era um homem. Dava passos lentos e firmes. Sabia por onde estava...para onde ia. Passou por ela e deixou um rastro de perfume. O aroma penetrou em seu olfato e então, ela suspirou.
No suspiro levantou-se e seguiu em frente. A noite ainda era longa, mas o cansaço tomava conta de seu corpo. Foi para casa. Amanhã seria um novo dia e quem sabe, mais uma vez, acordaria sentindo que algo de muito bom aconteceria em sua vida.

Um comentário:

LUCIANO STEFFEN disse...

Nasce uma nova contista...neus parabéns...