sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mente - e Corpo - Inquieto

Sempre gostei muito de ler. Desde criança, na biblioteca da Escola, chegava a me debruçar no chão e a ficar lendo ali mesmo. A Tia Darci -que saudades! - , sempre tinha uma boa indicação.
Lembro que no início de minha vida escolar, retirava emprestado uns livrinhos pequenos, de capa e folhas duras. Era uma coleção, de um meninho gordinho. Ali, a autora ensinava a tomar banho sozinho, dormir sozinho. Bem coisa de criança!
Mais adiante comecei a ter interesse por mitologia. Li todos que haviam na biblioteca. Ler sobre os heróis gregos me fascinava. Tive a fase dos poemas e depois, das histórias de romance, perfeitos para adolescência. Diariamente estava eu encostada no balcão da "Tia" retirando um novo livro.
Na época do segundo grau lembro-me de minhas leituras decaírem. Eu lia bastante, mas não livros inteiros. Alguns poucos, que lembro ter lido nessa época, foram de autores famosos da pedagogia, como Paulo Freire. Foi nessa época também que li minhas primeiras obra mais densas.
Na faculdade minhas leituras se resumiram há muita História, Teoria e Filosofia. Nesta época, abandonei de vez a literatura e digo que, após, tive muitas dificuldades em ler obras mais "suaves". Só parei por recomendação da psicóloga: "Tu pensa demais! Não pode ficar lendo Nietzsche!". Ok! Tempo para a Filosofia.
E então, quase que de forma obrigada, comecei a partir para novas leituras, mais suaves, relaxantes; e passei a diversificar meus temas.
Hoje estou com uns 5 livros na cabeceira da cama. Mais uns 3 dentro da gavetinha, também ao lado da cama, para nem precisar recorrer à estante. Todos em leitura. Um dia um, depois outro. E tenho curtido entrar numa esfera de auto-conhecimento.
Tenho gostado muito do mais atual, que retirei na biblioteca da escola. Não mais com a "Tia Darci" mas, com a colega de trabalho.
Mentes Inquietas, fala sobre pessoas com DDA - Déficit de Atenção. Sempre imaginei que era uma. Depois da leitura, acredito que tenho 99% de chances de ser. E aí, descobri que a mesma deficiência que me deixa tão no mundo da lua, pode ser também responsável pelo meu gosto pela leitura, e principalmente, pelo escrever.
Sempre me senti tão intima de um lápis e de um papel. E na era do Blog, nossa!!! Que maravilha! Vomitar no teclado tudo que se passa na minha cabeça, e que tantas vezes, tenho tanta dificuldade de expressar.
O mundo seria bem interessante se mais pessoas tivessem Déficit de Atenção... Pois nossa capacidade de viajar mesmo estando no mesmo lugar é muito bom! Nossa criatividade supera todas as aparentes dificuldades.
Tão raras são às vezes em que consigo me desligar dos problemas, parar com o pé chato e me focar em algo. É lendo - e escrevendo - que tudo parece ficar mais calmo, tranquilo. Os problemas vão diminuindo de tamanho e os sonhos crescendo! Eu leio, escrevo..e no fim...me perco de mim novamente!

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